Ciro diz que PT não é inimigo, mas que país não aguenta aposta no escuro

Em carta, ele repete que Lula não é candidato e que partido atua como se sigla fosse religião

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Brasília

O candidato a presidente do PDT, Ciro Gomes, lamentou nesta sexta-feira (3) estratégia do PT de tentar isolá-lo na disputa eleitoral e disse que a burocracia do partido atua como se ele fosse uma religião.

Em carta pública, intitulada "Muita calma nesta hora", ele afirma que a sigla não é em "nenhuma hipótese" inimiga, mas que o país não aguenta uma "aposta no escuro".

"Compreendamos com humildade e paciência o péssimo momento que a burocracia do PT está vivendo. Já não é mais política, é religião, culto à personalidade, pragmatismo da cúpula de uma organização que parece não querer aprender mais nada", disse.

Ele critica a insistência na candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a qual chama de uma "viagem lisérgica". Segundo ele, tentam enganar os eleitores que adoram o dirigente petista.

"Não deixarão Lula ser candidato! Até as pedras do caminho sabem disso! Pior, a burocracia do PT também sabe muito bem disso. Ou seja, é para bailar à beira do abismo que os burocratas do partido convidam a nação brasileira", disse.

Segundo ele, caso fosse possível a candidatura do petista, muito provavelmente os dois estariam juntos. 

"Então fiquemos assim. Se for verdade que Lula será candidato, conversemos. Se não for, por favor, Brasil: muita calma nessa hora! Nosso país não aguentará outra aposta no escuro", disse.

No documento, Ciro afirma ainda que a cúpula petista cometeu uma "violência" e um "grosseiro equívoco" ao distanciá-lo do PSB. 

Ele diz que "parte deslumbrada" da direção nacional da legenda quis imitar "comandantes da roubalheira", em uma referência ao MDB e ao PSDB. 

"A cúpula do PT terá de se haver perante a história com as consequências de seus atos de agora", disse.

Segundo ele, a política pode ser um jogo "muito cruel", revelando "os extremos da alma humana".

Na quarta-feira (1), PT e o PSB fecharam apoios em Pernambuco e Minas Gerais, o que levará o segundo a anunciar neutralidade na disputa presidencial.​

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