Descrição de chapéu Eleições 2018

Preso em Curitiba, Lula é lançado candidato do PT ao Planalto

Presidente do partido, Gleisi Hoffmann (PR) diz que registrará Lula como afronta ao 'sistema podre'

Catia Seabra Marina Dias
São Paulo

No início da tarde deste sábado (4), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi aprovado por militantes e dirigentes do PT como o candidato do partido ao Planalto.

Há quatro meses, Lula está preso em Curitiba, condenado por corrupção e lavagem de dinheiro, mas tem coordenado as principais movimentações da pré-campanha para abrir espaço a uma candidatura competitiva de seu partido na disputa de outubro.

Durante a convenção nacional do PT, em São Paulo, a presidente da sigla, Gleisi Hoffmann (PR), fez um discurso inflamado, em que repetiu que vai registrar o petista no dia 15 de agosto como uma afronta ao que chamou d e "sistema podre". Segundo Gleisi, não existe política no país hoje sem Lula ou sem o PT.

"É um momento histórico. Esta é a ação mais confrontadora contra esse sistema podre", disse Gleisi. "Eles não vão conseguir tirar Lula desse jogo. Não existe política nesse país sem falar de Lula e sem falar de PT", completou.

Dirigentes do PT tentaram fazer do evento deste sábado (4) uma aclamação a Lula, sem discutir, no primeiro momento, divergências que rondam o partido desde sexta-feira (3), principalmente quanto à definição de um nome para vice na chapa petista e à candidatura de Marília Arraes ao governo de Pernambuco.

Gleisi Hoffmann segura uma máscara do ex-presidente Lula durante convenção do PT
Gleisi Hoffmann segura uma máscara do ex-presidente Lula durante convenção do PT - Nelson Almeida/AFP

No entanto, ao longo de toda a manhã, em meio a vídeos e máscaras com o rosto do ex-presidente, dirigentes pressionavam a cúpula do partido, nos bastidores, a convocar uma reunião da executiva até segunda-feira (6) para escolher um vice e evitar o confronto com a Justiça Eleitoral.

De outro lado, militantes gritavam o nome de Marília e iam contra a decisão da cúpula do PT de fazer um acordo nacional com o PSB, neutralizando a sigla na disputa nacional —o PSB estava perto de se aliar a Ciro Gomes (PDT)— em troca da retirada do nome de Marília na corrida em Pernambuco. Ali, Paulo Câmara (PSB) seria beneficiado em sua campanha à reeleição.

Cotado como plano B de Lula, caso a candidatura do ex-presidente seja impugnada, o ex-prefeito Fernando Haddad também discursou.

Afirmou que Lula "derrotou todos os golpistas" e que hoje está seguro de que o PT se encaminha para "o pentacampeonato eleitoral". 

"Vamos ganhar a quinta eleição consecutiva com Luiz Inácio Lula da Silva", afirmou Haddad.

O ex-prefeito disse ainda que querem acabar com seu partido e com Lula, mas isso não vai acontecer, afirma, enquanto houver desigualdade, preconceito e intolerância.

 
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