Salários de ministros do STF tiveram desvalorização real de 15% em 4 anos

Magistrados apresentaram a maior perda salarial, entre seis carreiras federais selecionadas

Daniel Mariani Marco Rodrigo Almeida
São Paulo

Ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) tiveram desvalorização real de 15% em seus salários nos últimos quatro anos, segundo levantamento feito pela Folha.

Na comparação com outras cinco categorias de servidores civis federais, os ministros tiveram a maior perda salarial.

Os valores foram corrigidos pela inflação e se referem à média mensal da remuneração líquida do primeiro semestre de cada ano, de 2015 (data do último reajuste para o Judiciário) a 2018.

Sessão plenária do STF (Supremo Tribunal Federal), em Brasília
Sessão plenária do STF (Supremo Tribunal Federal), em Brasília - Carlos Moura/SCO/STF

Nesta quarta-feira (8), o STF aprovou uma proposta orçamentária para 2019 que prevê reajuste salarial de 16,38%. O placar foi de 7 votos favoráveis e 4 contrários. A proposta orçamentária deve ser enviada ao Congresso ainda neste mês. O reajuste para os magistrados só passará a valer se o Legislativo o aprovar.

Em 2015, os ministros do tribunal ganhavam R$ 32.385; no primeiro semestre deste ano, o salário havia caído para R$ 27.456 em valores atualizados.

Dentre as carreiras federais selecionadas, médicos apresentaram a segunda maior perda salarial, de 8%. A remuneração de R$ 12.515 (2015) desvalorizou-se para R$ 11.570 (2018) em valores atualizados.

Também houve desvalorização nos vencimentos de professores universitários (3%).

Por outro lado, tiveram ganhos reais de salário técnicos (1%) e analistas (2%) do Banco Central e auditores fiscais da Receita (10%).

O salário de um ministro do Supremo é o teto do funcionalismo e hoje está em R$ 33,7 mil. Com o índice proposto, poderá ir para R$ 39,3 mil.

Se passar no Legislativo e for sancionado pelo presidente da República, Michel Temer (MDB), o reajuste terá impacto sobre os salários de juízes e membros do Ministério Público de todo o país (o chamado efeito-cascata), e também no de parlamentares e ministros do Tribunal de Contas da União, entre outros.

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