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Alvo de ações, Doria diz que não terá membro da Promotoria na Segurança

Veto rompe tradição tucana de nomear integrantes do Ministério Público para pasta

Artur Rodrigues
São Paulo

Alvo de ações propostas pelo Ministério Público, o candidato ao governo paulista pelo PSDB, João Doria, prometeu a delegados da Polícia Civil nesta segunda-feira (10) que romperá com a tradição tucana de nomear membros do órgão como secretários da Segurança Pública.

O tucano participou de bate-papo promovido pela Adpesp (Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo), em que prometeu aumento de salários, carros semi blindados e câmeras nos veículos. O tucano também se comprometeu a atuar para mudar pontos que não seriam de sua alçada se eleito, como acabar com a saída temporária de presos, prevista em lei federal. 

Doria respondeu perguntas de delegados, incluindo uma sobre a regra que vem sendo adotada de ter membros do Ministério Público à frente da Segurança Pública. Todos os últimos titulares da pasta eram procuradores de Justiça, incluindo o atual, Mágino Barbosa. Um dos motivos da repetição é o fato de evitar a escolha de um policial civil ou militar, gerando ainda mais rivalidade entre as duas corporações. 

"Não será do Ministério Público [o secretário], isso não quer dizer desrespeitar o Ministério Público nem desqualificá-lo, inclusive o atual secretário da Segurança Pública e os ex que foram do Ministério Público", disse. "Nós teremos à frente da Secretaria da Segurança Pública, tanto da área civil quanto militar, pessoas preparadas e formadas dentro da área da Polícia Civil e da Polícia Militar". 

O tucano recentemente foi condenado em primeira instância à perda dos direitos políticos, em ação civil por improbidade administrativa proposta pelo Ministério Público. A acusação sustenta que o tucano usou o slogan "SP Cidade Linda", de um programa de zeladoria, para promover a própria imagem. 

Doria já é réu em outro caso de improbidade pelo uso de outro slogan, o "Acelera SP", supostamente para se promover. Neste caso, a Justiça determinou pagamento de multa de R$ 200 mil. 

O Ministério Público também investiga Doria pelo uso de publicidade do programa Asfalto Novo, de recapeamento, que consumiu a maioria do valor usado para comunicação pela prefeitura neste ano. 

No encontro com delegados, Doria também prometeu aumento de salários para a categoria e melhorias nos equipamentos. "Vai aumentar orçamento para segurança pública, Polícia Civil e Polícia Militar. Gradualmente, sim, vamos melhorar a condição salarial dos policiais e militares", disse. 

Ele afirmou que os carros usados pelos policiais teriam câmeras e teriam blindagem na parte dianteira e lateral. Questionado sobre a fonte do dinheiro para investimentos, ele afirmou que a situação financeira do estado é boa e que poderá usar verba da iniciativa privada também. 

"A situação do estado é diferente da situação da prefeitura. A herança do PT nos deu R$ 1,5 bilhão de déficit, enquanto o governo do estado está no azul. Teremos recurso para gradualmente melhorar a condição dos policiais civis e militares e o reequipamento da polícia". 

Doria discursou aos policiais sobre pontos que não dependem diretamente do governador. Entre eles, a saída temporária para os presos, prevista na Lei de Execuções Penais. 

Questionado pela Folha sobre o assunto, ele disse que atuará junto à bancada tucana no Congresso.  "Teremos uma boa bancada, talvez até maior que a atual, para mudar. Eu sou contra a saidinha. Aquele que cumpre a pena deve cumprir em prisão", disse. 

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