Descrição de chapéu Eleições 2018

Governador Rui Costa confirma favoritismo e é reeleito na Bahia

Vitória consolida um ciclo de 16 anos de governos petistas no estado

O candidato Rui Costa após votar neste domingo (7)
O candidato Rui Costa após votar neste domingo (7) - Divulgação
João Pedro Pitombo
Salvador

O resultado da eleição presidencial e para os governos estaduais colocou a Bahia no epicentro do petismo no país.

Com uma 82% das urnas apuradas, o governador Rui Costa (PT) teve  75,88% dos votos contra 21,82% de José Ronaldo (DEM) e, matematicamente eleito, terá mais quatro anos de mandato.

A vitória consolida um ciclo de 16 anos de governos petistas na Bahia, iniciado em 2007 e que será mantido até 2022. A aliança ainda elegeu o ex-governador Jaques Wagner (PT) e Angelo Coronel (PSD) para o Senado.

Também fará da Bahia o maior colégio eleitoral do país governado pelo PT nos próximos quatro anos – em Minas Gerais, o governador Fernando Pimentel (PT) foi derrotado no primeiro turno.

Amparado por uma ampla coligação de 14 partidos, Costa consolidou seu favoritismo ao enfrentar uma oposição combalida na Bahia.

A popularidade conquistada durante o mandato transformou o petista em cabo-eleitoral. Se há quatro anos ele foi eleito dentro de uma estratégia de vinculação à figura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, este ano foi o governador que teve quem amparar o presidenciável Fernando Haddad (PT), que era desconhecido da maioria dos baianos.

A estratégia deu certo: a Bahia foi o estado que deu a maior votação a maior votação a Fernando Haddad, em números absolutos, em todos os estado brasileiros.

O resultado dará maior protagonismo ao núcleo baiano do PT no segundo turno entre Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad.

A equipe de Haddad já tem os baianos José Sérgio Gabrielli como coordenador de campanha e o publicitário Raul Rabelo no comando do marketing. Agora, no segundo turno, o núcleo político deve ganhar o reforço de Rui Costa e Jaques Wagner.

Rui Costa irá desembarcar em São Paulo na terça-feira (9) e levará como sugestões para Haddad o endurecimento do discurso relacionado à segurança pública e a busca por uma maior aproximação com o eleitorado evangélico.

No campo da segurança, o governador defende que Haddad faça uma defesa mais enfática do endurecimento da legislação penal, sobretudo para crimes como homicídios.

No campo dos costumes, a ideia é apresentar Haddad como uma homem que defende a família, casado há 30 anos, pai de dois filhos, e neto de um padre católico ortodoxo.

“Infelizmente, Haddad foi vítima de muitas falsas. É preciso mostrar ao povo a sua vida e sua família pra calar a boca de quem mente em rede social”, disse Costa.

Além da Bahia, o PT venceu ainda em outros dois estados do Nordeste. No Ceará, Camilo Santana (CE) foi reeleito e no Piauí, o governador Wellington Dias (PI)  também liquidou a atura no primeiro turno.

No Rio Grande do Norte, a senadora Fátima Bezerra (PT) vai disputar o segundo turno contra o ex-prefeito de Natal Carlos Eduardo (PDT).

Partidos que tradicionalmente são aliados do PT também conquistaram governos no Nordeste. O PSB elegeu Paulo Câmara (PE) e João Azevedo (PB). No Maranhão, Flávio Dino (PCdoB) foi reeleito para mais um mandato.

Em Alagoas, venceu Renan Filho (MDB), que durante o primeiro mandato teve uma atuação próxima do PT e apoiou Fernando Haddad para a Presidência.

Para o governador reeleito da Bahia, Rui Costa, o resultado das urnas consolida uma hegemonia dos partidos de centro-esquerda no Nordeste e deve consolidar a atuação em bloco que os governadores nordestinos já vinham fazendo há pelo menos dois anos.

Principal adversário do PT na Bahia, o prefeito de Salvador e presidente nacional do DEM, ACM Neto, festejou o crescimento do DEM nacionalmente, mas reconheceu a perda de terreno para o PT e aliados na região.

“A eleição foi atípica. Mesmo o ex-presidente Lula não sendo candidato, ele acabou exercendo uma influência grande na Bahia, com os holofotes voltados para ele”, disse ACM Neto, que apoiou Geraldo Alckmin (PSDB) apara a Presidência da República.

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