Descrição de chapéu Eleições 2018

Leite, do PSDB, e Sartori, do MDB, disputam segundo turno no RS

Em disputa apertada, atual governador ficou atrás por menos de 5 pontos

Alexandre Elmi
Porto Alegre

O ex-prefeito de Pelotas Eduardo Leite (PSDB), 33, e o atual governador José Ivo Sartori (MDB), 70, irão disputar o segundo turno da eleição no Rio Grande do Sul, segundo o Datafolha.

Em uma disputa apertada, Leite conseguiu 35,9% dos votos válidos e Sartori ficou com 31,1%. O terceiro lugar ficou com Miguel Rossetto (PT), ex-ministro dos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, com 17,76%.

O resultado confirmou a tendência das pesquisas de opinião. Leite experimentou uma ascensão na preferência eleitoral desde o início das sondagens e da propaganda eleitoral gratuita em rádio e TV.

Nesta eleição, Sartori tenta o que nenhum governador gaúcho conseguiu desde que existe a possibilidade de reeleição: um segundo mandato consecutivo.​

Candidato do PSDB ao governo do RS, Eduardo Leite vai ao segundo turno com Sartori (MDB)
Candidato do PSDB ao governo do RS, Eduardo Leite vai ao segundo turno com Sartori (MDB) - Rodger Timm - 5.out.2018/Divulgação

Amparado pela maior coligação do estado, com nove partidos - incluindo MDB, PSD, PSB, PR, PSC, Patriota, PRP, PMN, PTC - o “Gringo”, apelido usado no RS para se referir a pessoas de origem italiana, adotou como estratégia o discurso de que é melhor "seguir no rumo certo" do que "começar tudo do zero mais uma vez".

Leite está à frente de uma aliança com sete siglas - PSDB, PP, PTB, PRB, PPS, PHS e Rede - entre os quais partidos que chegaram a participar do governo Sartori, como o próprio PSDB, o PP e o PTB.

Ele tentará evitar a reeleição de Sartori contrapondo o emedebista com a imagem de inovação e dinamismo que o ajudou a vencer em Pelotas, no sul do Estado.

Durante a campanha, Sartori foi alvo de ataques em função de medidas do seu atual governo, como o parcelamento do salário dos servidores e a extinção de fundações como a Fundação de Economia e Estatística (FEE) e a Fundação Piratini, que administrava a rádio e TV estatais.

Respondeu aos ataques dizendo que dará continuidade ao plano de controle de gastos para domar o déficit nas contas públicas, orçado em R$ 7,4 bilhões para 2019.

O plano principal do governo para isso é a adesão ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF), outro assunto que dominou os debates no primeiro turno. Sartori defende a assinatura do acordo como única saída para o Estado, o que permitiria deixar de repassar aos cofres federais cerca de R$ 4 bilhões no próximo ano, mas também congelaria novas contratações para serviços públicos como educação e segurança.

No primeiro mandato, porém, ele não conseguiu levar adiante contrapartidas exigidas para o acordo, como a privatização de estatais.

Apesar de também defender a adesão ao Regime, Leite não trata a medida como a única capaz de resolver a crise financeira do RS. O candidato do PSDB insistiu na necessidade de colocar em prática novas medidas de gestão, combinadas à retomada do desenvolvimento econômico.

Embalado pelo alto índice de aprovação de sua atuação na prefeitura de Pelotas, entre 2013 e 2016, Leite se apresentou ao eleitor como um gestor jovem, capaz de encontrar soluções inovadoras.

No entanto, sua passagem pela prefeitura cidade foi alvo de uma das principais polêmicas da campanha, o caso da suspeita de fraude de exames médicos preventivos de câncer --as suspeitas ainda não foram comprovadas.

O desafio no Rio Grande do Sul será administrar a grave crise financeira que o estado atravessa, o que atrapalha a oferta de serviços públicos de saúde, educação e segurança. 

No segundo turno, Sartori pretende insistir na imagem de que tem um plano coerente para recuperar o equilíbrio do Estado. Já Leite garante que vai seguir em uma linha propositiva, “sem ataques ou agressões”.

Leite falou rapidamente em Pelotas. Destacou o fato de ter saído de 8% para a liderança. “Quanto mais os gaúchos conhecem o nosso trabalho, mais crescemos”, disse, antes de embarcar para Porto Alegre, onde concede entrevista a partir das 21h.

Leite disse que a estratégia de campanha será mantida para o segundo turno, confrontando projeto com Sartori (MDB). Leite criticou o foco excessivo do atual no governo na administração da crise financeira. “Governar o estado é mais do que governar o governo”, afirmou.

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