Descrição de chapéu Governo Bolsonaro

'São coisas do nosso país', diz Mourão ao criticar possível aval do STF a indulto

Vice-presidente eleito disse que Bolsonaro não está de olho nas próximas eleições e que tem compromisso com democracia e liberdade

Daniel Carvalho
Brasília

Vice-presidente eleito na chapa de Jair Bolsonaro (PSL), o general Hamilton Mourão (PRTB) criticou nesta quinta-feira (29) a possibilidade de o STF (Supremo Tribunal Federal) considerar constitucional o indulto de Natal editado pelo atual presidente, Michel Temer (MDB), no ano passado.

O Supremo retoma nesta quinta o julgamento, suspenso na quarta-feira (28) com placar empatado em um a um.

O general Hamilton Mourão, vice presidente de Jair Bolsonaro, chega ao CCBB para reunião com equipe de transição - Walterson Rosa - 7.nov.2018/Folhapress

"Temos no nosso país uma criminalidade, seja ela de nível mais baixo, que trafica droga, que rouba, que assalta. E temos uma criminalidade mais alta, que, ao que tudo indica, teremos uma decisão hoje, do nosso STF, que vai soltar parcela deste pessoal por meio do indulto do Natal. São coisas do nosso país. Vamos aguardar o que vai acontecer", disse Mourão a empresários reunidos em evento da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres). 

Nesta terça, nas redes sociais, o presidente eleito já havia escrito que, se houver indulto neste ano, "'certamente será o último".

"Fui escolhido presidente para atender aos anseios do povo brasileiro. Pegar pesado na questão da violência e criminalidade foi um dos nossos principais compromissos de campanha".

Ao falar de criminalidade, defendeu mudanças na legislação, que considerou leniente. "Permite que um marginal com um sexto da pena cumprida saia da cadeia e não volte mais", afirmou.

Mourão também disse que é preciso enfrentar a proposta de redução da maioridade penal, pauta que parou no Legislativo.

"Temos que enfrentar a questão dos menores, quais tipos de crimes têm que ser enfrentados como se maiores fossem", disse o vice-presidente eleito.

 

Aos empresários, Mourão contextualizou a ascensão de Bolsonaro à Presidência da República. Afirmou que, diante das crises política, econômica e de valores, a população buscou mudança e, o que começou como uma onda tornou-se um tsunami, que culminou com a eleição do candidato do PSL.

"Infelizmente, o lado que perdeu a eleição, desconhecendo o princípio básico da democracia, que é a alternância de poder, procura de todas as maneiras mostrar a figura do novo presidente como alguém que está não está adaptado aos tempos modernos. O presidente Bolsonaro é um líder, sempre foi. Mas, mais que isso, ele é um estadista. E o pensamento que ele tem desde já é na nova geração de brasileiros, e não nas próximas eleições", disse Mourão.

Ainda diante da plateia, o vice-presidente eleito disse querer "deixar claro o compromisso do presidente Bolsonaro com a democracia, com a liberdade e com a justiça para todos. Fora disso não há futuro, fora disso não há Brasil", declarou.

Ao comentar a escolha de ministros para o governo Bolsonaro, Mourão disse que o Estado havia sido partidarizado, "entregue a partidos políticos que tomaram todas as instancias", mas que a seleção para o próximo governo já estava mudando esta lógica.

Ao defender reformas, Mourão comentou a relação com o Legislativo.

​"Estamos mais que ansiosos e prontos para esta conversa com nossos representantes no Parlamento. Tenho certeza que vão entender o momento que o país vive e nos apoiar", declarou.

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