Após afastamento na campanha, Skaf homenageia Temer na Fiesp

'Com o tempo, haverá o reconhecimento', diz o líder empresarial

Felipe Bächtold
São Paulo

Dois meses após ser derrotado na eleição para governador em São Paulo, o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, do MDB, fez uma homenagem nesta quinta-feira (6) ao presidente Michel Temer, de quem se manteve distante na campanha.

Temer recebeu do correligionário uma medalha da Ordem do Mérito Industrial de São Paulo e teve seu governo muito elogiado em discurso de Skaf no evento.

Paulo Skaf homenageia Michel Temer na Fiesp
O presidente da Fiesp, Paulo Skaf, entrega a Insígnia da Ordem do Mérito Industrial de São Paulo ao presidente Michel Temer - Cesar Itiberê/PR

O presidente da Fiesp agradeceu ao mandatário por medidas de seu governo, como a aprovação do teto de gastos e a reforma trabalhista, e destacou indicadores de redução de juros e da inflação. "Com o tempo, haverá o reconhecimento", disse.

Temer brincou em seu discurso com a situação: "Convido o Paulo para me acompanhar em todos os lugares e ter a primeira palavra. Porque ele faz um relato estupendo [do governo], melhor do que eu. Ao falar, ele dá uma ênfase, um entusiasmo, uma animação nas suas palavras, que eu não sei se consigo dá-las."

Skaf foi atacado pela ligação com Temer na campanha eleitoral e chegou a declarar que seria bom que Jair Bolsonaro (PSL) vencesse a eleição presidencial em primeiro turno para evitar a volta do PT. O MDB concorria no plano nacional com o candidato Henrique Meirelles.

Em seu discurso, Temer citou pontos que considera realizações de sua gestão, como a recuperação de estatais e o reaquecimento da economia, e disse que seu governo é reformista.

Ele lembrou ainda que seus ministros estão sendo escalados para outros cargos públicos para o próximo ano —o eleito em São Paulo, João Doria (PSDB), já anunciou como secretários estaduais cinco dos atuais ministros do emedebista.

Disse que não buscou popularidade em seu mandato e que seu "café não está frio" —expressão usada para definir os governantes prestes a deixar o cargo.

"O populismo é algo que você faz hoje para ser vaiado amanhã. A popularidade é algo que você faz hoje, tem objeções, observações, mas é aplaudido amanhã. E o meu amanhã está chegando", disse.

ECONOMIA

Temer disse também que o governo conseguiu reduzir o déficit do Orçamento em relação ao projetado no ano passado graças à "competência administrativa" de sua gestão.

Ele lembrou de previsões anteriores do valor e disse que recebeu a notícia dos ministros Eduardo Guardia (Fazenda) e Esteves Colnago (Planejamento). A projeção inicial era de que o país tivesse rombo de R$ 179 bi no ano.

"Não vamos alcançar o déficit de R$ 159 bilhões, vamos ficar em R$ 125 bilhões, R$ 126 bilhões, mais ou menos, o que significa exação do desempenho da administração pública e, naturalmente, competência da equipe governativa."

Temer falou sobre a tentativa frustrada de promover a reforma da Previdência. Disse que, se não conseguiu aprovar as mudanças, consegui colocar o tema na agenda do país, em referência aos planos do governo de Jair Bolsonaro.

"Tanto não saiu que o que mais se fala agora é da necessidade, da imperiosidade, de fazer uma reforma da Previdência logo no início do governo."



 


 

Tópicos relacionados

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.