Parte dos deputados estaduais do PSL vira-se contra Witzel

Descontentamento tem origem na possível manutenção de André Ceciliano (PT) na presidência da Alerj

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Rio de Janeiro

Alguns deputados estaduais do PSL no Rio de Janeiro começam a virar as costas para o governador Wilson Witzel (PSC), a quem acusam de trair a direita ao dar espaço para uma possível vitória do deputado André Ceciliano (PT) na corrida pela presidência da Alerj e por seu governo ter indicado um petista para a presidência da Fundação Leão XIII.

Praticamente desconhecido no início da campanha, o ex-juiz teve como estratégia vitoriosa vender-se como o candidato mais semelhante a Jair Bolsonaro, citando diversas vezes o presidente e prometendo soluções linha-dura para a segurança pública.

O governador Wilson Witzel quando ainda era candidato, durante agenda de campanha em Copacabana
O governador Wilson Witzel quando ainda era candidato, durante agenda de campanha em Copacabana - Divulgação

Bolsonaro não declarou apoio a Witzel, mas seu filho, o senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL), cumpriu agenda de rua ao lado do ex-juiz.

O descontentamento dos deputados do PSL começou com a possível eleição de André Ceciliano (PT) para a presidência da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro). O petista assumiu a cadeira em 2017, com a saída de Jorge Picciani (MDB), e tenta manter-se no cargo.

Com poucas chances de vitória na corrida para a Presidência da Casa, Márcio Pacheco (PSC), escolhido como líder do governo na Alerj, abriu mão de sua candidatura. Apesar das divergências ideológicas, ele decidiu apoiar Ceciliano para dar governabilidade a Witzel. 

O governador não tem falado publicamente sobre o assunto, mas já fez elogios a Ceciliano e ao seu trabalho na Assembleia.  

Enquanto isso, o PSL articula uma candidatura alternativa para afundar o petista. Nesta terça (8), a deputada estadual Alana Passos publicou uma mensagem no Twitter criticando um "isentão", sem citar nomes. 

"O isentão venceu as eleições com discurso de direita e com ideologia. Após a vitória senta com a esquerda e diz que seu estado não tem partido. Isso é só começo!", escreveu.

Nesta quarta (9), os ataques foram diretos. A deputada, ao lado de seu colega de Assembleia e partido Filippe Poubel, acusam Witzel de nomear um "petista e esquerdista assumido" para a presidência da Fundação Leão XIII. 

Junto ao texto, está a foto de um homem chamado Allan Borges com um avatar de Facebook em apoio a Fernando Haddad, derrotado por Bolsonaro nas eleições presidenciais. 

"Um governador que forjou sua campanha apoiado nos discursos de direita, usando a imagem da família Bolsonaro como sua principal bandeira, agora começa a aparelhar o estado com políticos que outrora ele tanto repudiou", publicaram ambos os deputados. 

Na manhã desta quinta (10), foi a vez do deputado Anderson Moraes (PSL): "Wilson venceu as eleições com discurso de direita, usando a imagem de Bolsonaro. Agora irá apoiar um petista para presidência da Alerj?".

Em nota, o vice de Witzel, Cláudio Castro, responsável pela fundação, disse que a indicação de Allan é a confirmação de um compromisso de que os cargos seriam confiados a nomes inteiramente técnicos, sem veiculação política ou partidária. 

"Formado em administração pela Universidade Estácio de Sá, o Sr. Allan Borges Nogueira é especialista em gerenciamento de projetos nas áreas de desenvolvimento e assistência social, ocupando cargos públicos desde 2009", diz o texto.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.