A reforma promovida pelo governador João Doria (PSDB) no Palácio dos Bandeirantes pintou de cinza não só os salões das áreas comuns, usados para reuniões e eventos, mas também a área residencial, restrita à família do tucano e a convidados.
Desenhada pela designer Jóia Bergamo, amiga de Doria, a reforma já consumiu R$ 1,16 milhão do orçamento. O governo recebeu R$ 372 mil em móveis e itens de decoração doados por seis marcas de design de interiores.
O Ministério Público investiga se as modificações causaram dano ao patrimônio público, e o Tribunal de Contas do Estado pediu esclarecimentos.
Fotos dos salões dos Pratos e dos Despachos, na área comum do palácio, levantaram questionamentos a respeito da tinta preta aplicada sobre o teto, portas, piso e até sobre uma mesa de madeira.
O governo afirma que as mudanças não atingiram nenhum móvel com valor histórico ou artístico e que a reforma visa proteger o acervo do palácio.
Na área residencial, a principal alteração foi a transformação de parte dela em ambiente de trabalho, com a instalação de salas de reunião e do próprio gabinete do governador. A suíte máster, onde dormiram Geraldo Alckmin (PSDB) e Márcio França (PSB), foi preservada em seu estilo original.
CUSTO DA REFORMA ATÉ AGORA: R$ 1,16 MILHÃO
- R$ 415 mil em pintura
- R$ 150 mil em pisos
- R$ 46 mil em drywall
SEIS MARCAS DOARAM R$ 372 MIL EM ITENS DE DECORAÇÃO
- R$ 1.273 em um vaso
- R$ 2.157 em um tapete
- R$ 616 em uma lixeira
- R$ 19 mil em um sofá
- R$ 21,5 mil em uma poltrona
- R$ 5,8 mil em uma mesa de centro
HISTÓRIA DAS SEDES DE GOVERNO
1912 - Governo de SP compra o Palácio dos Campos Elíseos para usá-lo como residência e sede administrativa. Foi construído em 1899 para um rico cafeicultor e hoje é cedido ao Sebrae
1964 - Sede do governo passa para o Palácio dos Bandeirantes. O prédio começou a ser construído em 1955 para abrigar a Universidade Fundação Conde Francisco Matarazzo, mas a obra não foi terminada por problemas financeiros. O palácio foi então desapropriado pelo estado.
TAMBÉM ABDICARAM DO PALÁCIO
Além de Doria, Paulo Maluf (1979) e Alberto Goldman (2010) preferiram não morar no Bandeirantes
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