Descrição de chapéu Governo Bolsonaro

Moro vai ao Senado na próxima semana para falar sobre conversas vazadas

Ministro se ofereceu para ir ao Congresso e será ouvido em sessão da CCJ da Casa

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Brasília

O ministro Sergio Moro (Justiça) irá ao Senado na quarta-feira da semana que vem (19), às 9h, prestar esclarecimentos depois do vazamento de mensagens trocadas entre o ex-juiz e o procurador Deltan Dallagnol.

Para tentar minimizar seu desgaste, o próprio ministro do governo Jair Bolsonaro se ofereceu para ir à CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado. A avaliação é que o Senado é um território menos hostil que a Câmara e que a comissão é um ambiente controlado.

O ministro Sergio Moro chega para almoço com parlamentares no Senado
O ministro Sergio Moro chega para almoço com parlamentares no Senado - Andre Coelho/Folhapress)

"Comunico a vossa excelência que fui informado pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, de sua disponibilidade para prestar os esclarecimentos à comissão de Constituição e Justiça do Senado Federal sobre notícias amplamente veiculadas na imprensa relacionadas à Operação Lava Jato", escreveu o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), em carta destinada ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP).

A carta foi lida em plenário durante a sessão do Congresso Nacional, que reúne deputados e senadores, e provocou reclamações.

"Não é adequado que o ministro escolha, que o ministro decida e a gente não possa participar desta decisão", disse o líder do PT na Câmara, deputado Paulo Pimenta (RS).

"Estou falando aos senadores. Não estou convidando os deputados federais a participarem", retrucou Davi.

Ao se oferecer para ir ao Senado, Moro se antecipou à aprovação de requerimentos para convocá-lo e tenta esfriar o clima para a criação de uma CPI (comissão parlamentar de inquérito) para apurar possíveis irregularidades sobre seu comportamento como juiz da Lava Jato.

Nesta segunda-feira (11), ele foi ao Congresso almoçar com senadores de DEM, PL (ex-PR) e PSC. Cercado por seguranças, não atendeu a imprensa.

No domingo (9), o site The Intercept Brasil divulgou diálogos que mostram que Moro e Deltan discutiam processos em andamento e comentavam pedidos feitos à Justiça pelo Ministério Público Federal enquanto integravam a força-tarefa da Lava Jato. 

Em nota, Moro negou que haja no material revelado "qualquer anormalidade ou direcionamento" da sua atuação como juiz. Já os procuradores divulgaram nota qualificando a revelação de mensagens de “ataque criminoso à Lava Jato”. 

A Polícia Federal investiga ataques de hackers em celulares de pessoas ligadas à Lava Jato em Brasília, São Paulo, Curitiba e Rio. Uma das suspeitas é a de que os invasores tenham conseguido acesso direto a aplicativos de mensagens dos alvos, sem precisar instalar programas para espionagem. 

Segundo as mensagens, Moro sugeriu ao Ministério Público Federal trocar a ordem de fases da Lava Jato, cobrou a realização de novas operações, deu conselhos e pistas e antecipou ao menos uma decisão judicial.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.