Juiz mantém prisão de suspeito de hackear autoridades

PF havia pedido a soltura de Danilo Marques, mas depois encontrou novas provas e desistiu

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Brasília

Em decisão do início da noite desta quarta-feira (31), o juiz Vallisney Oliveira, da 10ª Vara Federal em Brasília, decidiu manter a prisão de Danilo Marques, 33, um dos suspeitos de envolvimento nos ataques a celulares de autoridades como o ministro Sergio Moro (Justiça).

Mais cedo, a Polícia Federal havia pedido ao juiz a soltura de Marques, preso temporariamente desde o último dia 23. Contudo, a PF desistiu do pedido horas depois, argumentando que, ao colher novas provas no celular do investigado, constatou que ele sabia que seu amigo Walter Delgatti Neto, 30, havia invadido contas de autoridades no aplicativo Telegram.

Suspeito de hackear autoridades na Superintendência da Polícia Federal - Mateus Bonomi/Folhapress

Delgatti é o principal suspeito dos ataques hacker, e admitiu em depoimento à PF ter entrado nos celulares de Moro e procuradores da Lava Jato, como Deltan Dallagnol. Ele também está em prisão temporária desde o dia 23.

“Diante dos novos elementos trazidos pela autoridade policial, que reforçam a ligação de Danilo Marques com Walter Delgatti, que por diversas vezes emprestou seu nome e prestou serviços para o suposto líder da organização criminosa [Delgatti], está ainda mais evidente que Danilo Marques tinha ciência e possível participação nas invasões a contas de aplicativos do Telegram realizadas por Walter Delgatti”, escreveu o juiz em sua decisão.

Além de Marques e Delgatti, estão presos Gustavo Henrique Elias Santos, 28, e sua companheira, Suelen Oliveira, 25. O prazo da prisão temporária dos quatro suspeitos termina nesta quinta-feira (1º).

A Polícia Federal e o Ministério Público Federal poderão pedir a soltura dos investigados ou a conversão da prisão temporária em preventiva (sem prazo para acabar).

Ao depor à PF, Marques afirmou que emprestou sua conta bancária para seu amigo Delgatti realizar pagamentos referentes ao aluguel de um apartamento em Ribeirão Preto (SP). O contrato de aluguel do imóvel e todas as contas (água, luz, telefone) estavam no nome de Marques, mas quem vivia no local era Delgatti, que estava foragido da Justiça por causa de processos anteriores.

Para o juiz Oliveira, os elementos extraídos do interrogatório indicam que Marques podia ser um "testa de ferro" de Delgatti.

A PF informou ao juiz, ao desistir do pedido de soltura,  que após extrair e analisar mensagens armazenadas no celular de Marques, "verificou-se que o mesmo tinha conhecimento das invasões a contas de aplicativos do Telegram que eram realizadas por Walter Delgatti Neto, bem como foi observada intensa troca de mensagens indicativas da participação de Danilo em fraudes bancárias juntamente com outras pessoas".

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