Marco Feliciano é expulso do Podemos devido a apoio a Bolsonaro em 2018

Deputado ainda pode recorrer internamente da decisão do partido

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Brasília

O Podemos decidiu, na noite desta segunda-feira (9), expulsar o deputado federal Marco Feliciano (SP) por infidelidade partidária e por infração ética e moral. 

A punição ao congressista foi sacramentada pela direção do partido em São Paulo por unanimidade. 

De acordo com a decisão, o deputado violou as regras de fidelidade por ter feito campanha para Jair Bolsonaro nas eleições de 2018, ignorando o candidato do partido, senador Alvaro Dias (PR). 

Deputado Marco Feliciano em comissão na Câmara
Deputado Marco Feliciano em comissão na Câmara - Robert Alves - 13.mar.19/Divulgação Podemos

De acordo com o regimento interno, Feliciano tem três dias para recorrer à executiva nacional do Podemos. Procurado, o deputado divulgou uma nota na manhã desta terça-feira na qual fala em "processo de exceção" (leia abaixo).

Em comunicado ao deputado federal, o presidente do partido em São Paulo, vereador Mario Covas Neto, afirmou que, além de questões jurídicas, ele "transgrediu" sob o aspecto "da conduta ética e moral", "tornando-o não identificado com o espírito partidário inerente e necessário". 

"Penalizar alguém não é algo que eu goste. Lamento muito, mas temos de dar uma resposta ao nosso filiado. Conduzimos um processo democrático, com amplo direito de defesa", afirmou Covas Neto à Folha.

De acordo com o dirigente, o partido em São Paulo recebeu uma representação contra Feliciano no fim de setembro e, mesmo informado sobre a abertura do processo interno, o deputado não se manifestou. 

A expulsão do deputado também se baseou no fato de ele ter solicitado em abril um reembolso de R$ 157 mil à Câmara para cobrir gastos referentes a um tratamento odontológico. 

Segundo as informações publicadas pelo jornal O Estado de S. Paulo, a justificativa do parlamentar para o pedido, aprovado pela Casa, foi a necessidade de corrigir um problema na articulação da mandíbula e de fixar coroas e implantes. 

Em nota, o Podemos afirmou que o diretório estadual não tem competência para decidir sobre a expulsão do deputado e que o resultado final do processo disciplinar será decidido pela executiva nacional. 

O deputado Feliciano se manifestou na manhã desta terça-feira por meio de nota:

Em relação à minha expulsão do Podemos, assim me manifesto

1 - Ser expulso de um partido por apoiar o presidente Bolsonaro é para mim motivo de orgulho. Por isso aceito a decisão. 

2 - Contudo, saliento que se tratou de um processo de exceção, onde sequer fui intimado a me defender.

3 - Os motivos elencados pelo partido para me expulsar são todos mentirosos.  Afinal, se fossem verdade, teriam que expulsar quase todos os deputados federais, pois como eu pediram à Câmara ressarcimento de gastos em saúde. 

4 - Nesse sentido, afirmo que jamais cometi qualquer irregularidade na minha vida pública, e quem disser ao contrário será devidamente processado civil e criminalmente. 

5 - Por fim, deixo claro que tudo isso é uma trama do presidente estadual do Podemos, Mário Covas Neto, que colocou o partido a reboque dos interesses de seu parente Bruno Covas. 

Deputado Marco Feliciano
Vice-Líder do Governo no Congresso Nacional

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