Até da China, Bolsonaro acumula presentes de 26 países, entre livros, camisas de time, porta-joias e hashi

Objetos são considerados acervo pessoal do presidente, afirma Palácio do Planalto

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Brasília

Ao longo de pouco mais de um ano e meio de governo, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) recebeu 104 presentes de autoridades de 26 países. Os campeões de mimos para o chefe de Estado brasileiro são Índia (13), Estados Unidos (11), Emirados Árabes Unidos (10) e China (11), mesmo sendo alvo constante de críticas do governo brasileiro.

Na lista de recebidos do presidente há camisas de time de futebol (4), camiseta (2), boné (1), redes de descanso (2), porta-joias (4), hashi (1) e até faixa de jiu-jitsu (1), sem contar 12 livros de 10 países diferentes contando suas histórias.

Os presentes ficam guardados no departamento de reservas técnicas do gabinete de Documentação Histórica e ficam sob a responsabilidade de seis servidores.

O Palácio do Planalto não permitiu que a Folha tivesse acesso ao local nem informou o gasto com a manutenção dos presentes, alegando que o custo não é contabilizado porque a estrutura faz parte das dependências do Planalto.

Donald Trump presenteia Bolsonaro com camisa personalizada da seleção dos EUA de futebol durante visita do brasileiro à Casa Branca, em 2019 - Isac Nóbrega - 19.mar.2019/PR

Inicialmente, o governo informou que o jornal não poderia fazer fotos por se tratar de um acervo pessoal do presidente. O Planalto também recusou pedido para que o fotógrafo oficial da Presidência fizesse as imagens. Nesta segunda vez, alegou "questões de segurança".

Por meio da LAI (Lei de Acesso à Informação), o Gabinete Pessoal do Presidente da República detalhou os presentes recebidos em viagens ou ao receber autoridades internacionais no Brasil.

Da Índia, por exemplo, Bolsonaro ganhou estojo, caneta, faca, porta-joias, escultura, maquete, placa, porta-retratos, além de um presente "perecível", que não é detalhado.

Dos americanos, ganhou troféu, uma chave cerimonial, um centro de mesa, além de estojo, uma camisa de futebol, casaco, boné, imã e abotoadura.

Os chineses, que voltaram a ser alvo de Bolsonaro na semana passada por causa da vacina contra Covid-19, já presentou o presidente brasileiro com prato e pote decorativos, quadro, camisa de futebol, porta-joias, escultura, miniatura de foguete e um livro sobre locais que são patrimônio mundial na China.

O Japão já presenteou Bolsonaro com itens como hashi, copo de uísque, jarra para chá e uma miniatura de capacete samurai. Dos Emirados Árabes Unidos, o presidente recebeu kimono e faixa de jiu-jitsu.

Autoridades estrangeiras abasteceram a biblioteca do presidente com livros sobre a história dos seus países, bem como obras que reúnem imagens de fotógrafos locais e autobiografias, como a do primeiro-ministro dos Emirados Árabes, Mohammed bin Rashid Al Maktoum.

Em nota, o Palácio do Planalto informou que os presentes que compõem o acervo privado do presidente serão entregues a ele ao final do mandato. Os que forem considerados como acervo público serão incorporados ao patrimônio da União.

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