Policiais e militares eleitos prefeitos crescem 39% no Brasil

A quantidade de vereadores eleitos cresceu menos, 1,7%

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Wanderley Preite Sobrinho
São Paulo | UOL

O número total de policiais e militares eleitos neste ano aumentou em todo o Brasil. A quantidade de comandantes de cidades com origem em forças de segurança cresceu 39% em 2020 na comparação com a eleição municipal de 2016.

Ao todo, 50 policiais ou militares se elegeram prefeito em 2020, segundo pesquisa encomendada pela revista Piauí. O UOL comparou essa informação com o número de eleitos em 2016. Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, 36 policiais se elegeram prefeito há quatro anos, 14 a menos.

A quantidade de vereadores eleitos cresceu menos no mesmo período, de 793 para 807 (alta de 1,7%).

O total de candidatos com esse perfil que disputaram o pleito já havia subido 3%, ao passar de 7.041 (2016) para 7.258 (2020), de acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Foram consideradas candidaturas policiais e das forças de segurança aquelas em que o titular se identificou como bombeiro militar, membro das Forças Armadas, militar reformado, policial civil, policial militar ou nome na urna de cunho militar.

"Os policiais perceberam que para se elegerem este ano deveriam investir mais nas bases policiais do que na ideologia da extrema-direita, e o resultado foi o crescimento no número de prefeitos eleitos", afirmou ao UOL Renato Sergio de Lima, diretor-presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Para o especialista, os policiais perceberam o desgaste do discurso punitivista que tomou as eleições de 2018. "Como são pragmáticos, os policiais se deslocaram para a centro-direita buscando partidos com melhores estruturas partidárias e capilaridade no país todo", diz.

PSL elege menos policiais

De fato, o MDB foi o partido que mais elegeu policiais para o cargo de vereador: 19,8% dos policiais que se candidataram a vereador pela legenda foram eleitos. É seguido pelo PP (18,5%) e PSD (17%).

O Republicanos emplacou 8,5% dos policiais candidatos a vereador, menos do que o PT: 9,7%. Já o PSL, partido pelo qual o presidente Jair Bolsonaro (hoje sem partido) disputou a eleição em 2018, elegeu 7,5% dos policiais que se candidataram pela legenda.

Três disputam em capitais no 2º turno

Três capitais terão policiais ou militar disputando o segundo turno: o delegado Eguchi (Patriota), em Belém, recebeu 23,06% dos votos e rivaliza com Edmilson Rodrigues (PSOL), favorito com 34,22%.

Em Aracaju, a Delegada Danielle (Cidadania), com 21,31% da preferência, tenta vencer Edvaldo (PDT), que largou na frente com 45,7% dos votos. Já o capitão Wagner (PROS), em Fortaleza, chegou para a disputa com 33,32% dos votos, colado em Sarto (PDT), com 35,72%.

São Paulo

Em São Paulo, dois dos quatro candidatos mais bem votados para o cargo de vereador são policiais. O mais votado deles se elegeu como Delegado Mário Palumbo (MDB). Com 118 mil votos (2,31% do total), o policial civil tem 46 anos, é formado em Direito e ocupará pela primeira vez uma vaga na Câmara.

Logo depois de Palumbo, o vereador eleito mais bem votado também é policial civil. Aos 33 anos, Felipe Becari (PSD) recebeu 98 mil votos (1,93% do total) e foi o quarto candidato mais bem votado neste ano.

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