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Reeleito, Covas seguirá em tratamento contra câncer sem previsão de término

Prefeito está com a doença controlada, após diagnóstico de câncer na cárdia (entre o estômago e o esôfago) em outubro do ano passado

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São Paulo

Entre um compromisso e outro da campanha eleitoral, o prefeito Bruno Covas (PSDB) foi até o Hospital Sírio-Libanês na última quarta (25) para mais uma aplicação de imunoterapia, tratamento que faz a cada três semanas desde fevereiro último.

Uma semana antes, ele tinha feito exames de sangue de rotina. “Clinicamente está muito bem”, afirma o oncologista Tulio Eduardo Flesch Pfiffer, que acompanha Covas desde o início do diagnóstico de um câncer na cárdia (entre o estô mago e o esôfago), em outubro do ano passado.

Covas está com a doença controlada, segundo Pfiffer. Mas não há previsão de término para o tratamento.
A terapia consiste em injeções de uma medicação chamada pembrolizumabe. Elas administradas por meio de um cateter que o prefeito tem implantado no peito. As sessões duram 30 minutos.

A imunoterapia, que normalmente dura dois anos, tem revolucionado o tratamento de vários tipos de câncer. No caso de Covas, além do tumor na cárdia, foram detectadas lesões no fígado e nos linfonodos ao lado do estômago.

Entre outubro de 2019 e fevereiro último, o prefeito fez oito sessões de quimioterapia. As lesões cancerígenas regrediram, mas não desapareceram por completo. Desde fevereiro, ele passou a fazer uso da imunoterapia.

Esse tipo de terapia não visa atacar as células do tumor, como na quimioterapia convencional, mas sim estimular as células de defesa do organismo para que elas combatam a doença.

Uma outra vantagem é que a imunoterapia tem menos efeito colateral do que a quimioterapia tradicional.

Ainda que cerca de 10% dos pacientes que se submetem à imunoterapia tenham efeitos mais severos, problemas renais, na tireoide ou hepatite, Covas não teve alteração associada ao remédio, segundo Pfiffer.

A cada três ciclos de imunoterapia, dois meses aproximadamente, Covas faz exames laboratoriais e de imagem (endoscopia, tomografia, ressonância magnética e PET/Scan).

Na opinião do oncologista, o prefeito tem uma chance grande de uma resposta duradoura ao tratamento, ou seja, a regressão do câncer.

Na última bateria de exames, em setembro, o resultado foi promissor: o câncer nos linfonodos havia reduzido pela metade.

A forma como Covas tem reagido ao enfrentamento da doença tem surpreendido a equipe médica. “Fisicamente, está tirando tudo de letra. Emocionalmente, nunca se deixou abater.”

Em junho deste ano, Covas foi diagnosticado com Covid-19, afastou-se e retornou ao cargo duas semanas depois. No Sírio, não são raras as vezes em que ele chega sozinho para as sessões de imunoterapia.

Segundo Pfiffer, o prefeito tem sido transparente desde o início do diagnóstico, o que diminui as chances de rumores, mas, ainda assim, eles se intensificaram no período eleitoral. “Desde a primeira coletiva de imprensa, ele pediu para gente ser sincero e transparente com as informações.”

Na reta final da campanha, voltaram a surgir rumores sobre a razão do emagrecimento do prefeito. Segundo o médico, não tem relação alguma com o tratamento ou com a doença. É atribuído à correria do período eleitoral.

O oncologista diz que o prefeito está apto a realizar suas atividades pessoais e profissionais sem maiores restrições.

Ainda que os oncologistas sejam unânimes em ratificar o avanço da imunoterapia, eles reforçam que, por ora, não há garantias de que tumor não voltará a progredir mesmo com o tratamento.

Anos atrás, a doença evoluiria em meses, no máximo dois anos, de maneira fatal. Mas que hoje essas novas drogas personalizadas possibilitam respostas duradouras, de médio e longo prazo.

Mas a resposta vai de cada indivíduo, já que é o próprio organismo que conduz a batalha contra o tumor.
Portanto, não é possível saber se o tumor de Covas continuará regredindo até ocorrer uma “resposta completa” ou se voltará a progredir, piorando o quadro. Essa é uma resposta que ninguém tem.​

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