Lira resiste a criar CPI da Covid e diz que pandemia não pode ser motivo de embate político

Candidato de Bolsonaro ao comando da Câmara critica ainda politização da vacina e 'dos remédios'

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Brasília

Líder do centrão e candidato do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) à presidência da Câmara, o deputado Arthur Lira (PP-AL) demonstrou resistência à criação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para apurar a gestão do governo federal na pandemia da Covid-19.

Lira participou nesta quarta-feira (27) de entrevista realizada pela frente parlamentar contra a corrupção. Na avaliação do deputado, também líder do PP na Câmara, a crise sanitária “não pode ser motivo de embates políticos para nós trazermos para discussão traumas de interrupções bruscas democráticas.”

O candidato de Bolsonaro lembrou que qualquer CPI tem que cumprir requisitos, como o mínimo de 171 assinaturas e um “fato gerador claro”, além de que “essa situação não seja politizada”.

A eleição para o comando da Câmara ocorre na próxima segunda-feira (1º). Lira conta com o apoio do Palácio do Planalto e tem como principal adversário na disputa o deputado Baleia Rossi (MDB-SP), esse com a chancela de Rodrigo Maia (DEM-RJ), atual presidente da Casa e rival político de Bolsonaro.

“Eu condeno a politização da vacina. Todos os brasileiros precisam que essa luta seja feita em conjunto por todos nós”, disse. “Não podemos claudicar nesse momento para que o Brasil aprofunde a crise, porque é um problema mundial.”

“Nós já dissemos fique em casa, nós já dissemos saia de casa, nós já dissemos vá quando tiver falta de ar, nós já dissemos vá aos primeiros sintomas, nós já politizamos os remédios. Nós não podemos fazer isso.”

O candidato à presidência da Câmara pregou harmonia e afirmou que a pandemia exige “muita serenidade.” “Não é justo tensionar”, afirmou. “Não é momento para divisão nem acotovelamento, não é momento para que a gente tensione politicamente. Não é momento agora.”

Lira afirmou ainda que o momento não é o de que a vacina “seja de A nem B”, mas para que o imunizante seja “de todos os brasileiros que precisam".

Na segunda-feira (25), Rodrigo Maia defendeu a criação de uma CPI da Covid e afirmou que o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, cometeu crime ao defender o tratamento precoce e por ter rejeitado as tentativas da Pfizer de oferecer mais vacinas ao país.

“Nossa prerrogativa do impedimento de um ministro é só conectada ao presidente da República, mas em relação ao ministro eu não tenho dúvida nenhuma de que tem crime”, disse. “Pelo menos o ministro da saúde já cometeu crime, eu não tenho dúvida nenhuma.”

Maia acusou Pazuello de irresponsabilidade na defesa do tratamento precoce da Covid-19, com a divulgação de medicamentos que não têm eficácia comprovada contra a doença, e citou o episódio envolvendo a farmacêutica.

O deputado também fez críticas ao fato de o ministro não ter se aliado ao Instituto Butantan para acelerar a produção da Coronavac, parceria com o laboratório chinês Sinovac.

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