Bolsonaro convoca rede nacional para pronunciamento às 20h30 desta quarta-feira

Fala do presidente terá duração aproximada de cinco minutos

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Brasília

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) convocou a rede nacional de rádio e televisão para um pronunciamento na noite desta quarta-feira (2).

A fala do mandatário terá duração aproximada de cinco minutos e será veiculada às 20h30. O tema não foi informado. A transmissão acontece horas após o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), prever a vacinação de toda a população adulta do estado (a partir de 18 anos) até o dia 31 de outubro.

O pronunciamento ocorre também em meio ao desgaste do governo causado pela CPI da Covid no Senado e poucos dias depois de protestos de rua contra Bolsonaro.

Os governistas são minoria na composição da CPI. Os principais focos da investigação do colegiado são a demora nas negociações de vacinas, a defesa por Bolsonaro de remédios sem eficácia comprovada para a Covid e a formação de uma gabinete de aconselhamento paralelo sobre temas da pandemia.

Sobre as vacinas, o governo tem tentado reduzir a pressão política divulgando dados sobre a distribuição de imunizantes.

Nesta quarta, o Ministério da Saúde afirmou que o país ultrapassou a marca de 100 milhões de doses distribuídas. ​

Em outro flanco de desgaste para o Planalto, milhares de manifestantes em várias cidades do país realizaram protestos contra Bolsonaro no último sábado (29). Houve atos em todas as 27 capitais brasileiras, com grandes concentrações em São Paulo e no Rio de Janeiro.

Em declarações nesta semana, Bolsonaro minimizou os movimentos de rua.

O governo, por outro lado, celebrou nesta semana o avanço de 1,2% do PIB no primeiro trimestre, anunciado nesta terça (1º).

"Lógico que ninguém está falando que vai crescer 6%, mas a previsão aí é no mínimo 4%, que já é um número bastante grande levando-se em conta o uso político por causa da pandemia por parte de alguns", afirmou Bolsonaro.

A transmissão do discurso também ocorre no momento em que Bolsonaro é pressionado por projeções eleitorais.

Segundo a última pesquisa Datafolha, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aparece com vantagem para a disputa pelo Palácio do Planalto em 2022.

O petista alcança 41% das intenções de voto no primeiro turno, contra 23% de Bolsonaro. Num eventual segundo turno contra o atual presidente, Lula levaria ampla vantagem, com uma margem de 55% a 32%.

O pronunciamento desta quarta-feira (2) será o nono de Bolsonaro, em cadeia de rádio e TV, durante a crise sanitária.

Na primeira fala, em 6 de março de 2020, quando ainda não havia morte confirmada no Brasil por Covid-19, Bolsonaro pediu "união" e disse que não havia motivo para pânico.

“Seguir rigorosamente as recomendações dos especialistas é a melhor medida de prevenção”, disse o presidente.

O tom de Bolsonaro mudou radicalmente no terceiro pronunciamento, em 24 de março, quando ele citou o uso da cloroquina e chamou a doença de “gripezinha”. Esta fala ocorreu dias após o presidente participar de ato pró-governo em plena pandemia, o que ampliou o desgaste de Bolsonaro com governadores e Luiz Henrique Mandetta (DEM), então ministro da Saúde.

Nas declarações seguintes, Bolsonaro se opôs as restrições de circulação de pessoas e ao fechamento do comércio, ações determinadas por prefeitos e governadores para evitar a propagação da doença.

Na véspera do Natal, o presidente disse, em cadeia nacional, que o governo se esforçou em preservar vidas e empregos. Afirmou ainda que o país se tornou referência para “seguir o rumo ao progresso e ao desenvolvimento”.

Pressionado pela demora na compra de vacinas, Bolsonaro usou o pronunciamento mais recente, de 23 de março deste ano, para tentar demonstrar que o governo federal se esforçava na busca pelos imunizantes.

Após negar por meses propostas da Pfizer, o presidente disse em cadeia de rádio e TV que havia pessoalmente solicitado para a empresa antecipar a entrega de 100 milhões de doses. Bolsonaro ainda declarou que o país se tornaria “em poucos meses” autossuficiente na produção das doses. “Muito em breve, retomaremos nossa vida normal.”

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