Descrição de chapéu ameaça autoritária STF

Atos pró-Bolsonaro acontecem nas 27 capitais, incluindo Salvador, Recife e BH

Manifestantes trazem cartazes antidemocráticos em vários idiomas e maioria não usa máscara contra Covid

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Rio de Janeiro e Salvador

Manifestantes se reúnem neste 7 de setembro nas 27 capitais de estados de todas as regiões do país, incluindo Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro. Os atos são marcados por ataques ao STF (Supremo Tribunal Federal), pedidos de intervenção militar e o desrespeito aos protocolos contra a Covid-19.

Entre as outras cidades com passeatas ou carreatas estão Belém, Belo Horizonte, Boa Vista, Florianópolis, Fortaleza, Goiânia, Recife e Salvador. Algumas delas também registraram atos menores de oposição ao presidente, principalmente organizados pelo movimento Grito dos Excluídos.

No Rio de Janeiro, milhares ocuparam a orla de Copacabana vestindo verde e amarelo, com bandeiras do Brasil. Houve a presença também de motos, caminhões e carros de som, que foram liberados para entrar na via apesar de ela estar fechada para veículos em geral.

Diversas faixas pediam a intervenção militar, uma delas defendendo a medida para "acabar com o puteiro em Brasília". "O resto da limpeza é com o voto impresso", diziam os escritos. Havia cartazes também demandando a criminalização do comunismo e a adoção de uma nova Constituição.

O maior alvo, porém, foi a Suprema Corte. Uma das placas pedia a destituição dos seus 11 membros: "Presidente, coloque todos esses vagabundos na cadeia. Começando pelo STF!!!". Outras questionavam a atuação de Alexandre de Moraes, que foi frequentemente chamado de "ditador de toga".

A maioria das pessoas não usava máscara, principalmente aquelas mais próximas aos carros de som, onde havia menos distanciamento. Pontos de venda de churrasco e bebidas e restaurantes nas ruas transversais viraram novos focos de aglomeração à medida que a manifestação se encerrava.


Capitais com manifestações pró-Bolsonaro até as 18h

  1. Aracaju
  2. Belém
  3. Belo Horizonte
  4. Boa Vista
  5. Brasília
  6. Campo Grande
  7. Cuiabá
  8. Curitiba
  9. Florianópolis
  10. Fortaleza
  11. Goiânia
  12. João Pessoa
  13. Maceió
  14. Manaus
  15. Macapá
  16. Natal
  17. Palmas
  18. Porto Alegre
  19. Porto Velho
  20. Recife
  21. Rio Branco
  22. Rio de Janeiro
  23. Salvador
  24. São Luís
  25. São Paulo
  26. Teresina
  27. Vitória

Em Brasília, um grupo também trazia os dizeres golpistas: "Não é impeachment! Exigimos imediata destituição de todos os ministros do STF". Em outra faixa, a sigla "STF" era completada com os adjetivos "sórdido", "trapalhão" e "falso".

Mensagens na mesma linha atidemocrática apareceram em Curitiba —"Intervenção federal do STF e no Congresso!"— e também no interior de Santa Catarina. Um trator que bloqueava a rodovia federal na cidade de Guaruva levava a frase: "Destituição dos ministros do STF".

Em Salvador, o protesto aconteceu nas proximidades do Farol da Barra e reuniu três trios elétricos. Manifestantes carregavam faixas pedindo intervenção no Supremo, parte deles sem máscara. Alguns deles traziam cartazes em outras línguas, como inglês, francês, espanhol e alemão.

Em discursos nos trios, houve menções elogiosas ao soldado Wesley Soares, morto em março deste ano na mesma região. Ele passou quatro horas dando tiros para o alto, gritando palavras de ordem, e foi baleado após atirar com um fuzil contra policiais que negociavam sua rendição.

Em São Luís e em Fortaleza, as manifestações ocorreram em formato de carreata. Na primeira cidade, a concentração foi em frente à nova loja da Havan, inaugurada no início do mês pelo empresário bolsonarista Luciano Hang.

Já na segunda, a reunião foi ao lado do estádio Castelão. Um carro de som tocava jingles de Bolsonaro em ritmo de forró e trazia uma faixa com a mensagem: “Liberdade não se ganha, se toma”.

Já no Recife, o ato ocorreu na orla da praia de Boa Viagem, onde tradicionalmente ocorrem manifestações pró-Bolsonaro. O grupo caminhou entoando gritos de "eu autorizo", acompanhado de um trio elétrico com os dizeres: “Supremo é o povo”. Também havia cartazes em outros idiomas, como alemão.

Em Belo Horizonte, os manifestantes saíram em carreata da Pampulha, na avenida Antônio Abrahão Caram, com direção à Praça da Liberdade, onde começaram a se dispersar por volta das 12h30. A menos de 2 km, havia um pequeno grupo de vermelho formado por movimentos sociais.

No ato pró-Bolsonaro mais uma vez eram vistas faixas em inglês, com escritos como "O povo brasileiro diz não aos membros da Suprema Corte". Havia ainda algumas manifestações contrárias à vacinação contra a Covid e com menções a medicamentos ineficazes para a doença.

Em Florianópolis, as pessoas se concentraram no Trapiche da Beira-Mar, ocupando a avenida em ambos os sentidos. Diversas rodovias de Santa Catarina registraram pontos de interdição e lentidão por causa de carreatas de caminhões, tratores e carros, como as BRs 282, 101, 116, 153 e 280, segundo a PRF (Polícia Rodoviária Federal).

Joinville, Blumenau, Chapecó, Criciúma, Itajaí e Balneário Camboriú foram outras cidades catarinenses com protestos.

Em Goiânia, o ato começou no autódromo por volta de 9h, com destino ao ginásio de esportes do Jardim Guanabara. Também houve carreatas de motos e carros, com cartazes e faixas nos veículos em inglês e francês —um deles diz "Bolsonaro é a esperança do Brasil".

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