Descrição de chapéu Eleições 2022

Lula diz que eleições não serão fáceis e que militância 'não pode descansar'

No Dia Nacional da Saúde, ex-presidente participou de ato em São Paulo em defesa do SUS

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São Paulo

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta sexta-feira (5) que as eleições de outubro não serão fáceis, rejeitou o clima de "já ganhou" e disse que a militância não pode descansar.

"Sei que não é uma eleição fácil, que já está ganha. E se vocês quiserem realmente mudar esse país, nós temos 59 dias durante os quais a gente não pode descansar nem um dia. É preciso desfazer a fábrica de mentiras montada por eles por meio do WhatsApp, das fake news", afirmou Lula.

O petista também disse que sua chapa, com o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), tem muita experiência para oferecer ao país. "Não falta ao presidente e ao vice experiência para tentar tirar esse país do lamaçal em que ele se encontra e colocar esse país outra vez no berço da democracia."

O ex-presidente Lula (PT) participa de evento em defesa do SUS, em São Paulo
O ex-presidente Lula (PT) participa de evento em defesa do SUS, em São Paulo - Danilo Verpa/Folhapress

Lula participou de ato em defesa do SUS (Sistema Único de Saúde), em São Paulo, nesta sexta, data em que é celebrado o Dia Nacional da Saúde. Ele leu o discurso, fazendo intervenções fora do roteiro.

O ex-presidente voltou a afirmar que não terá teto de gastos num eventual governo e que as áreas de educação e saúde não podem ser consideradas gastos.

"Teto de gastos não foi criado para não pagar banqueiro. Foi criado para que se evitasse aumento na saúde, na educação, no transporte público. Não sou de rasgar nota de R$ 10 e de dizer coisas que não acredito. Não terá teto de gastos no nosso país."

O petista também teceu uma série de críticas ao governo de Jair Bolsonaro (PL) devido à condução do combate à pandemia de Covid-19. Lula afirmou que o atual presidente "espalhou na cabeça de muita gente uma visão negacionista, anticientífica e antivacina" e que isso gerou um "estrago incalculável".

Lula afirmou ainda que é preciso reconstruir o pacto nacional pela saúde pública de qualidade que foi "quebrado pelo golpe de 2016" e, segundo ele, transformado por Bolsonaro "num verdadeiro caos, irrigado pelo dinheiro do orçamento secreto, fonte do maior esquema de corrupção da história desse país".

O candidato disse que a fome é um problema do governo. "Fome não é falta de produção, é falta de vergonha na cara dos que governam esse país."

Ele também criticou a condução de agências reguladoras e afirmou que "decisões de políticas públicas são do governo" e que agências "só têm que regular".

"Vale para o que está acontecendo com a Anvisa agora. Estamos vendo. As pessoas não querem fazer efetivamente o que o Estado precisa. Muitas vezes é decisão pessoal, de grupos com interesses econômicos. E isso nós vamos primar, porque a saúde vai ser pública de verdade", disse ele.

Na fala, o ex-presidente resgatou propostas implementadas nos governos petistas na saúde e lamentou o fim da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira).

"Lembro quando a direita resolveu em 2006 acabar com a CPMF e tirar da saúde praticamente R$ 40 bilhões. Eu tinha assumido o compromisso que, se aprovada a CPMF, todo o dinheiro seria destinado ao SUS. Mesmo assim, na perspectiva de me prejudicar, resolveram tirar e durante aquele ano não tivemos mais a CPMF no SUS."

O petista afirmou que numa eventual gestão vai "recuperar e ampliar" o Mais Médicos, além de reconstruir o Farmácia Popular e fortalecer o Samu.

Também participaram do evento Aloizio Mercadante, coordenador do plano de governo da chapa Lula-Alckmin, os deputados Alexandre Padilha (PT-SP) e Jandira Feghali (PC do B-RJ) e os senadores Fabiano Contarato (PT-ES) e Humberto Costa (PT-PE).

À noite, o petista participou do lançamento do livro "Quatro Décadas com Lula: O poder de andar junto", de Clara Ant, que foi assessora especial do ex-presidente e dirigiu o Instituto Lula.

O evento ocorreu no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo, na noite desta sexta-feira (5). Na porta, para acessar o espaço, as pessoas precisavam passar por revistas com detectores de metais.

Em discurso breve e bem-humorado, Lula alfinetou o presidente Bolsonaro ao afirmar que os presentes deveriam comprar o livro de sua ex-assessora, citando o pacote de auxílios articulado pelo governo federal.

"Eu sei que pode ter gente que não tem dinheiro. Mas como o Bolsonaro tá a fim de disputar as eleições e ele quer ganhar, ele criou um tal de distribuir R$ 600. Então, por favor, compre o livro agora, recebe o salário emergencial e aí você paga o livro", disse.

Lula também afirmou que as pessoas têm um compromisso no dia 2 de outubro "com a democracia do país". "O compromisso de vocês é devolver ao povo brasileiro o Brasil", disse.

O ex-presidente Lula (PT) participa de lançamento de livro de sua ex-assessora no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC
O ex-presidente Lula (PT) participa de lançamento de livro de sua ex-assessora no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC - Bruno Santos/Folhapress

Lula voltou a indicar que não pretende concorrer à reeleição caso eleito neste ano. "Até porque vocês têm que saber que, quando terminar o meu mandato, eu vou estar com 81 anos de idade. Então, não vai dizer que o Lula vai querer reeleição. A não ser que vocês queiram, eu posso querer mais uma. O que não é possível, o que não é possível, tá?"

O ex-presidente disse ainda que está com uma "paixão da porra de tirar Bolsonaro desse governo". "Muito obrigado por vocês existirem porque graças à existência de vocês, vocês produziram esse Lulinha paz e amor que está puto da vida e que quer brigar para valer para a gente mudar esse país."

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