Descrição de chapéu Folhajus Eleições 2022

Bolsonaro convida empresários alvos do STF para o 7 de Setembro; 'Pessoas honradas'

Após criticar STF e TSE, político disse que, se não fosse ele o presidente, Brasil já estaria em uma ditadura

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Brasília

O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta terça (6) que convidou para as celebrações do 7 de Setembro os oito empresários investigados pelo STF (Supremo Tribunal Federal) por terem conversado num grupo de WhatsApp sobre eventual golpe de estado caso o mandatário seja derrotado nas eleições.

"Convidei. São pessoas honradas. Duas delas têm contato comigo", afirmou em entrevista à Jovem Pan.

O presidente Jair Bolsonaro participa de cerimônia de posse do ministro no CNJ, em Brasília - Gabriela Biló - 30.ago.2022/Folhapress

O chefe do Executivo também classificou de "arbitrariedade" a decisão do ministro do STF Alexandre de Moraes contra os empresários e a ordem do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para que os celulares sejam entregues na hora da votação.

"Ouso dizer: se não sou eu o presidente, o Brasil já estaria numa ditadura."

Na entrevista, o presidente criticou ainda a decisão do ministro Luís Felipe Salomão, corregedor nacional de Justiça, que proibiu juízes de publicar nas redes sociais manifestações contra o sistema eleitoral.

Assim, ficam vedadas aos magistrados "manifestações públicas, especialmente em redes sociais ou na mídia", que contribuam "ou gerem infundada desconfiança social acerca da Justiça, segurança e transparência das eleições".

Para o presidente, a determinação significa uma tentativa de barrar questionamentos. "Não podemos mais questionar. Você não pode falar nem contra nem a favor da vacina. Você não pode falar mais nada no Brasil que tem página derrubada, desmonetizada. Gente presa por falar. Aonde vai chegar o Brasil?"

Na entrevista desta terça-feira à Jovem Pan, Bolsonaro também criticou o mandado de busca e apreensão contra o ex-juiz Sergio Moro, que foi ministro da Justiça no início de seu governo.

A Justiça Eleitoral esteve na casa do ex-magistrado para apreender material que estaria em desconformidade com a legislação eleitoral por não dar o devido destaque aos nomes de seus dois suplentes na disputa por uma vaga no Senado.

"Não tenho nada para defender o Moro. Mas ir na casa dele, ou até se fosse em outro local, escritório político, é agressão. Por causa de tamanho de letra?". Antes, o presidente definiu a medida de "covardia".

Além daqueles que foram alvo de operação recente determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, outros empresários bolsonaristas que estão no radar do Supremo também devem participar.

Antônio Galvan, por exemplo, é líder do Movimento Brasil Verde e Amarelo, que foi criado por ruralistas e bancou outdoors espalhados por Brasília para convocar para a manifestação no dia da Independência, disse que deve comparecer ao evento em Brasília.

"Vamos tentar levar muita gente para lá. Mas também deve haver atos nas cidades para quem não puder ir e [for] ficar no estado", afirmou Galvan —que foi citado no inquérito que investiga os atos antidemocráticos do ano passado.

Caso ele vá, porém, poderá estar descumprindo decisão do Supremo. Em agosto do ano passado, Moraes determinou que o empresário tem que manter distância de um raio de ao menos de 1 km da Praça dos Três Poderes.

Na decisão, o ministro descreve a afirmação da PGR (Procuradoria-Geral da República) de que Galvan estava convocando para as manifestações de 7 de Setembro do ano passado e que poderia "praticar atos criminosos e violentos de protesto às vésperas do feriado" de 2021.

"O quadro probatório demonstra a atuação dos investigados na divulgação de mensagens, agressões e ameaças contra a democracia, o Estado de Direito e suas instituições e, na conclusão da Procuradoria-Geral da República, seria mais do que suficiente para caracterizar causa provável a justificar as medidas cautelares pleiteadas", escreveu o magistrado.

A decisão ainda está em vigor.

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