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Lula compara caso de governador afastado de AL ao seu e fala em botar Pazuello na cadeia

Paulo Dantas, apoiado pelo petista, teve o afastamento confirmado nesta quinta (13) pelo STJ

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Maceió e São Paulo

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou de caminhada em Maceió, na tarde desta quinta-feira (13), ao lado do governador afastado, Paulo Dantas (MDB), e afirmou que a "condenação precipitada" do alagoano "cheira a minha condenação".

Em seu discurso, Lula falou ainda em colocar o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello na cadeia. A declaração do petista ocorreu no momento em que o ex-presidente se dirigiu ao senador Renan Calheiros (MDB-AL) e afirmou que o trabalho que ele fez como relator da CPI da Covid é uma "obra-prima que vai ficar para a história do Brasil".

"É através daquele relatório que a gente vai colocar Pazuello na cadeia. É através daquele relatório e da quebra de sigilo de 100 anos do Bolsonaro que a gente vai ver quem é honesto neste país", disse Lula.

O ex-presidente Lula (PT) participa de caminhada em Maceió, Alagoas, ao lado do governador Paulo Dantas
O ex-presidente Lula (PT) participa de caminhada em Maceió, Alagoas, ao lado do governador Paulo Dantas - Josué Seixas/Folhapress

Apoiador de Lula, Dantas foi afastado do cargo na terça-feira (11) por decisão da ministra Laurita Vaz, do STJ (Superior Tribunal de Justiça). A decisão foi mantida nesta quinta, por 10 votos a 2.

Ele é apontado pela Polícia Federal como líder de uma suposta organização criminosa que se valia de funcionários fantasmas para desviar dinheiro público da Assembleia Legislativa e de prefeituras alagoanas.

Em seu discurso nesta quinta, Lula disse a Dantas que sabe o que ele está passando.

"Não sou advogado, não vou me meter. Mas posso dizer a você que, na minha opinião, todo mundo é inocente até que se prove o contrário. Essa condenação precipitada sua me cheira a minha condenação. Por que eu fui condenado? Exatamente para evitar que eu fosse candidato em 2018. Quem é que tem interesse de evitar que você seja candidato? Alguém", afirmou o ex-presidente.

O petista disse ainda que fez questão de participar do ato, mesmo após ter sido aconselhado a desistir.

"Tinham pessoas que diziam 'Lula, não vai a Alagoas porque o candidato está sub judice, ele foi condenado'. Quero dizer a vocês que jamais deixarei um companheiro no meio do caminho, jamais."

"Tomei a decisão de vir para mostrar minha solidariedade, minha confiança. Que você seja julgado, investigado decentemente e depois que for julgado e tiverem prova com você, podem te condenar. Mas condenar para você não ser candidato é um erro que já cometeram comigo", continuou o ex-presidente.

O ex-presidente também afirmou que está disputando as eleições com um "cidadão que não gosta de nordestino", em referência a declaração de Bolsonaro que associou o analfabetismo no Nordeste a vitória de Lula na região no primeiro turno.

Dantas também abordou seu afastamento do cargo em seu discurso ao final da caminhada. Ele afirmou que no primeiro turno tentaram enganar a população com fake news e que agora, no segundo turno, "tentam, de maneira autoritária, mesquinha e perversa, montar uma grande armação contra a minha pessoa".

Ele ainda criticou seu adversário na disputa pelo governo de Alagoas Rodrigo Cunha (União Brasil) e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP).

"Sou ficha limpa, não devo nada a Justiça. Rodrigo Cunha, Arthur Lira, vocês não são soberanos. Quem vai escolher o governador de Alagoas é o povo de Alagoas", disse Dantas.

Na caminhada desta quinta, Lula também estava acompanhado do ex-governador Renan Filho (MDB), dos senadores Renan Calheiros (MDB) e Randolfe Rodrigues (Rede) e da socióloga Rosângela da Silva, a Janja, sua esposa.

Randolfe disse que sua presença no ato é também em solidariedade a Dantas e afirmou que "querem levar essa eleição aqui em Alagoas na mão grande". "Não é nas conspirações silenciosas de tribunais afrontando direitos e a democracia que eles vão fazer", disse.

À noite, após o ato, Lula foi às redes e criticou a conduta de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) em Aparecida na quarta (12).

"Desde ontem estou pensando. Tem explicação de porquê os bolsonaristas vaiam um religioso quando ele defende que nenhuma criança passe fome? No dia da Padroeira e das crianças?", escreveu no Twitter. Em discurso em Salvador, na Bahia, no dia 12, o petista criticou o uso eleitoral de religião por Bolsonaro e disse que o rival fala "nome de Deus em vão".

Mais cedo, Lula participou de uma caminhada em Aracaju, Sergipe, e afirmou à imprensa que, caso eleito, terá uma boa relação institucional com os governadores, inclusive aqueles que estão no campo da oposição.

"Na relação de Estado para a Estado, todos serão tratados bem. Até quem me odeia, até quem fala que não gosta de mim. Não tem problema. Não quero casar com o governador, quero governar e ajudar a tratar bem o povo dele", afirmou.

O petista participará nesta sexta-feira (14) de caminhada em Recife, Pernambuco.

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