Nikolas Ferreira é o deputado federal mais votado do Brasil; veja lista dos campeões de votos

São Paulo concentra oito dos dez candidatos preferidos dos eleitores

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Brasília

Com 1.492.047 votos, o vereador de Belo Horizonte Nikolas Ferreira (PL) é o candidato a deputado federal mais votado do Brasil nestas eleições. A partir de fevereiro de 2023, ele se somará ao pelotão bolsonarista na Câmara dos Deputados.

Dos 10 candidatos a deputado federal campeões de voto neste ano, oito concorreram por São Paulo. Além do líder mineiro, a outra exceção foi o ex-procurador Deltan Dallagnol (Podemos), pelo Paraná.

No pleito deste ano, Nikolas obteve mais de 50 vezes os 29.388 votos que o elegeram vereador em 2020. O mineiro de 26 anos integrou a comitiva do presidente na visita a países árabes em 2021. Em setembro do ano passado, foi barrado ao tentar entrar no Cristo Redentor sem comprovante de vacinação.

Nikolas Ferreira faz selfie com o presidente Jair Bolsonaro em carreata em Poços de Caldas - Douglas Magno - 30.set.22/AFP

Atrás de Nikolas, Guilherme Boulos (PSOL) recebeu 1.001.472 votos na disputa eleitoral e foi o vice-campeão entre os candidatos a deputado federal.

O coordenador do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) desistiu de concorrer ao governo de São Paulo para buscar uma vaga na Câmara dos Deputados. Disse, nas redes sociais, que a decisão foi tomada para fortalecer a esquerda no Congresso Nacional.

Em 2020, foi candidato à Prefeitura de São Paulo e chegou a avançar para o segundo turno das eleições municipais, no qual recebeu 2,1 milhões de votos. No entanto, foi superado pelo ex-prefeito Bruno Covas (PSDB). Boulos concorreu para presidente em 2018 e teve 617 mil votos, apenas 0,58% do total de válidos.

Fundadora do grupo Nas Ruas, Carla Zambelli (PL) se reelegeu com 946.222 votos, mais de 12 vezes os 76.306 obtidos em 2018, quando concorreu à Câmara pelo PSL, na esteira do antipetismo. Aliada de Jair Bolsonaro (PL), a deputada respaldou os ataques do presidente ao STF (Supremo Tribunal Federal) e levantou dúvidas sobre as urnas eletrônicas.

Zambelli terminou à frente de Eduardo Bolsonaro (PL), que se reelegeu com 741.701 votos, menos da metade da marca conquistada em 2018. Há quatro anos, o filho do presidente faturava o título de deputado mais votado de toda a história.

Em 2018, Eduardo (então no PSL) surfou na onda bolsonarista que se espalhou pelo Brasil e bateu um recorde que já durava 16 anos. Com 1.843.735 votos, ele superou com folga os 1.573.642 votos obtidos por Enéas Carneiro (Prona-SP) na eleição de 2002.

Além de Eduardo e de Enéas, apenas outros dois candidatos a deputado federal já haviam superado a marca de 1 milhão de votos em São Paulo, Celso Russomanno (Republicanos), com 1.524.361 votos em 2014, e Tiririca (PL), com 1.353.820 votos quatro anos antes, em 2010.

Ex-ministro do Meio Ambiente do governo Bolsonaro, Ricardo Salles (PL) foi o quarto candidato a deputado federal mais votado em São Paulo (640.908) e o quinto do Brasil. Ele deixou a Esplanada em junho do ano passado, em meio a uma investigação da Polícia Federal sobre um esquema de contrabando de madeira.

Durante sua gestão, o Brasil assistiu ao desmonte de órgãos de fiscalização e recordes de queimadas e desmatamento. Em abril de 2020, em uma reunião ministerial no Palácio do Planalto, Salles sugeriu que o governo aproveitasse o foco da imprensa à pandemia da Covid-19 para "ir passando a boiada" na área ambiental.

O Delegado Bruno Lima (PP) ficou na sexta posição do balanço geral, com 461.217 votos. Em 2018, decidiu se afastar da Polícia Civil e se elegeu deputado estadual após receber 103.823 votos.

Na sequência, em sétimo da lista de mais votados em todo o Brasil, aparece o ex-procurador Deltan Dallagnol (Podemos), que foi eleito deputado federal pelo Paraná com 344.917 votos.

O estreante sagrou-se campeão de votos do estado para o cargo, à frente da presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann (PT), por cerca de 85 mil votos de diferença.

Durante a campanha, o ex-coordenador da Lava Jato destacou o combate à corrupção e elencou o PT como o principal inimigo, poupando críticas a Bolsonaro.

Com 337.873 votos, Tabata Amaral (PSB) se reelegeu deputada federal com 73 mil a mais do que em 2018. A parlamentar havia sido votada por 264.450 eleitores há quatro anos.

Ao longo do mandato, colecionou algumas polêmicas e deixou o PDT depois de contrariar a orientação da sigla e votar a favor da reforma da Previdência.

Russomanno inicialmente iria concorrer ao Senado, mas resolveu "ajudar mais uma vez o partido a aumentar a bancada na Câmara". O veterano recebeu 305.520 votos e foi o sétimo candidato a deputado federal mais votado em São Paulo, o nono do Brasil.

Coordenador do MBL (Movimento Brasil Livre), Kim Kataguiri (União Brasil) garantiu o segundo mandato na Câmara dos Deputados depois de contabilizar 295.460 votos, desempenho abaixo do obtido há quatro anos. Ainda assim, foi o décimo candidato a deputado federal mais votado do Brasil.

Depois de ganhar proeminência nos atos que culminaram no impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), ele foi o quarto deputado federal mais votado em 2018, com 465.310 votos –estava na época no DEM, partido que se fundiu ao PSL para formar o União Brasil.

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