O governador eleito Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o atual mandatário do estado de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), escalaram o empresário Guilherme Afif Domingos e o secretário de Governo, Marcos Penido, para liderar a equipe do governo de transição.
"Já tive a oportunidade de conversar com o governador Rodrigo Garcia sobre isso, e ele abriu todas as portas. Tenho certeza que a gente vai ter uma transição muito efetiva que vai nos ajudar a alargar bem", disse Tarcísio em entrevista à Jovem Pan na manhã desta segunda-feira (31).
Afif Domingos coordenou a campanha de Tarcísio em parceria com o ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD) e demais partidos que compuseram sua coligação, PL, PTB e PSC.
As reuniões devem ser agendadas para os próximos dias, segundo Penido. "[Minha indicação] foi decidida ontem após a vitória de Tarcísio, mas já vinha conversando com o governador há algum tempo", disse Penido sobre a nomeação.
Segundo o secretário de Governo, Rodrigo pediu que a transição fosse feita de forma transparente e republicana. "Vamos fazer a transição que nós gostaríamos de ter recebido", disse.
Tarcísio citou na entrevista à Jovem Pan outros nomes que irão compor a equipe de transição e que devem fazer parte de seu secretariado: o vice-prefeito de São José do Rio Preto, Eleuses Paiva, cotado para assumir a secretaria de Saúde, o ex-secretário do ministro Paulo Guedes, Jorge Lima, a especialista em gestão pública Priscilla Perdicaris, além de João Sampaio, ex-presidente da Sociedade Rural Brasileira, e o deputado federal capitão Derrite (PL). Rafael Benini, colega de Tarcísio no Ministério da Infraestrutura, também irá compor e equipe.
O governador eleito repetiu a promessa de formar um secretariado técnico, mas não negou a possibilidade de escalar integrantes do governo Bolsonaro que chega ao fim em dezembro "desde que tenha muita qualificação técnica", disse Tarcísio.
Tarcísio venceu o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) com 55,27% dos votos válidos, ante 44,73% do adversário.
O representante do bolsonarismo em São Paulo venceu em 566 dos 645 municípios paulistas, sendo que a maior parte de sua votação veio de cidades do interior e do litoral, como São José do Rio Preto, Franca, Ribeirão Preto, Campinas, Taubaté, Jundiaí, Santos e Praia Grande. O candidato petista teve o maior percentual de votos na capital e na região metropolitana.
Na entrevista desta segunda-feira, o governador eleito repetiu o tom conciliador do discurso de vitória e afirmou que irá "governar para os 46 milhões de paulistas, para todos". "Vamos buscar o melhor entendimento possível com o governo federal e trazer o melhor para São Paulo", disse Tarcísio sem citar a vitória do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre Jair Bolsonaro (PL) na disputa pela Presidência da República.
Tarcísio também afirmou que podem esperar um governo pragmático com pensamento conservador, liberal e focado nos resultados.
O governador eleito também agradeceu o apoio de Bolsonaro e ressaltou a semelhança do total de votos recebidos e o direcionado ao atual presidente em São Paulo. "É uma transferência quase integral de votos, uma coisa fenomenal, acho que poucas vezes vimos isso na história política brasileira", disse à TV Jovem Pan.
Opositores diretos no primeiro turno, Tarcísio e Rodrigo firmaram aliança política dois dias após a primeira rodada de votação. O governador de São Paulo passou, então, a atuar como cabo eleitoral de primeira hora, aumentou o tom das críticas a Haddad e ao PT, e organizou um jantar no Palácio dos Bandeirantes para aproximar os prefeitos de Tarcísio.
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