A equipe de transição do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), recebeu nesta terça-feira (22) secretários de segurança dos estados.
Os secretários defenderam atuação coordenada com a União para enfrentar o crime organizado. Também disseram ao grupo de Lula que seria importante definir formas de financiamento da segurança pública.
"A gente vê que é bem definida a questão dos recursos destinados à saúde e para a educação. A segurança ainda se ressente", afirmou o secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Júlio Danilo, após a reunião.
Os representantes dos estados também apresentaram à transição um balanço do enfrentamento aos atos golpistas de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) que contestam a eleição de Lula.
Segundo Danilo, participaram da reunião representantes de 23 estados e do DF.
O secretário do DF disse que ele e seus colegas também discutem as melhores formas de atuar contra os protestos golpistas.
"O que o conselho [de secretários] discutiu foi realmente o que a gente tem enfrentado em cada estado, e há intercâmbio de boas práticas no enfrentamento dessa situação", disse Danilo.
Os representantes dos estados se reuniram com integrantes do grupo técnico de justiça e segurança pública do governo de transição. Um dos coordenadores desse grupo é o senador eleito Flávio Dino (PSB-MA), cotado para assumir ministério da área em 2023.
Dino já afirmou que o governo Bolsonaro é omisso ao impedir crimes contra o estado democrático de direito que teriam sido cometidos nos protestos contra a vitória de Lula que ocorrem nas estradas e em frente a quartéis.
Após a reunião com os secretários, Dino disse que os representantes dos estados pediram a consolidação do SUSP (Sistema Único de Segurança Pública).
"A equipe de transição vai apresentar como uma diretriz o fortalecimento da cooperação da União com os estados sobretudo o que se refere a segurança pública", disse o senador eleito.
A reunião entre os secretários e a equipe de Lula durou cerca de 2 horas, segundo Danilo.
Ele disse que o grupo da transição não indicou quais políticas de segurança pública devem ser alteradas, e que a conversa serviu para "colher informações".
O secretário do DF disse ser importante que estados e a União atuem em coordenação. "Há necessidade dessa integração e atuação voltada para a descapitalização das organizações criminosas", disse ele.
A equipe de transição também teve reunião com secretários de Justiça.
Flávio Dino disse que a reunião tratou, por exemplo, de alternativas penais. "O custo de uma pessoa cumprindo a pena privativa de liberdade, ocupando uma vaga, é dez vezes maior que de um preso monitorado."
"Apresentamos propostas de melhorias. Uma delas é a recomposição do Fundo Penitenciário Nacional, gerando recursos que seriam transferidos aos estados", disse o secretário de Justiça do Maranhão, Murilo Andrade, após a reunião.
"Também propostas sobre educação prisional, saúde prisional, alternativas penais e outras, são diversas as possibilidades. Foram muito receptivos e entenderam as nossas necessidades", afirmou ainda Andrade.
A equipe de justiça e segurança pública da transição ainda recebe os comandantes da Polícia Militar dos estados na quarta-feira (23).
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