Sob Lula, MDB deve ter Cidades e Transportes, além de ministério para Tebet

Transportes ficaria com um senador, Cidades com indicado pela Câmara, e pasta para Tebet está indefinida

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Brasília

O MDB deverá ter três ministérios no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT): Transportes, Cidades e uma pasta que ainda deve ser definida para a senadora Simone Tebet (MDB-MS).

Dirigentes do partido conversaram nesta quinta-feira (22) com o petista.

O Ministério dos Transportes deve ficar com o senador eleito Renan Filho (MDB-AL), enquanto Cidades deve ser oferecida a um nome indicado pela Câmara dos Deputados.

Integrantes da cúpula do MDB afirmam que Tebet será ministra, mas ainda não há definição sobre a pasta que ela deve ocupar. A senadora pode assumir o Meio Ambiente ou o Planejamento.

Lula e Tebet devem se reunir nesta sexta-feira (23) para selar um acordo.

A senadora Simone Tebet (MDB-MS), que acabou em terceiro lugar na corrida presidencial. - Pedro Ladeira -12.jan.2022/Folhapress

O PT tenta articular uma solução que contemple tanto a emedebista como a ex-ministra Marina Silva (Rede), com a primeira no Ministério do Meio Ambiente e a segunda no cargo de autoridade climática.

Essa configuração pode falhar, porém, já que não é certo que Marina aceitaria o cargo no novo órgão. Nesse cenário, Tebet poderia declinar da pasta do Meio Ambiente, por temer um desgaste com Marina. Se isso ocorrer, Lula pode convidar a emedebista para o Planejamento, que terá sob seu guarda-chuva a Secretaria de Orçamento Federal.

Segundo integrantes da cúpula do MDB, o desejo é que o ministério também fique com o PPI (Programa de Parcerias de Investimento).

Pelo plano original de Lula, essa estrutura ficaria subordinada à Casa Civil. O governo eleito já indicou o secretário de Infraestrutura da Bahia, Marcus Cavalcanti, para o posto. De acordo com petistas, o presidente eleito já decidiu sobre o programa e não deve recuar.

A ideia de assumir o Planejamento, até aqui, não havia sido levada a Tebet. Integrantes do partido avaliam que ela tem experiência e trânsito suficientes para o trabalho.

O Meio Ambiente, por sua vez, é uma pasta que deve ter protagonismo no próximo governo, como Lula tem indicado em diversos discursos antes e depois de ter sido eleito.

O nome de Tebet para a pasta, no entanto, enfrenta resistência entre ambientalistas e servidores do setor.

Nesta quinta-feira, a Ascema (Associação dos Servidores do Meio Ambiente) publicou duas notas: uma defendendo o nome de Marina Silva para o ministério e a segunda, no fim da tarde, criticando a possível escolha de Tebet por sua relação com o agronegócio.

O MDB foi o primeiro partido chamado para a definição de ministérios no grupo de legendas do centrão que deve ampliar a base aliada de Lula no Congresso. Os outros partidos são o PSD e a União Brasil.

Os emedebistas afirmam que escolheram o Ministério dos Transportes pelo potencial de investimentos que poderá ser executado pela pasta e, Cidades pela capilaridade de suas ações.

A escolha de ministérios com esse perfil já havia sido traçada pelos dirigentes do MDB. Renan Filho, que é ex-governador de Alagoas, chegou a ser convidado pelo futuro ministro Fernando Haddad (Fazenda) para ocupar o Planejamento, mas recusou o posto porque preferia uma pasta menos ligada à gestão e mais relacionada à execução.

O ministro das Cidades será indicado pela bancada do MDB na Câmara. A tendência, segundo integrantes da sigla, é que os parlamentares do Pará tenham preferência —uma vez que o estado elegeu 9 dos 42 deputados do partido.

O deputado José Priante (MDB-PA) chegou a despontar como favorito, mas há resistências dentro do PT a seu nome.

Segundo participantes da reunião, Lula agradeceu ao MDB pelo empenho e destacou a importância do apoio de Tebet no segundo turno, o que a credenciaria para um ministério.

Com a definição dos ministérios do MDB, as pastas de Minas e Energia e Desenvolvimento Regional seriam divididas entre União Brasil e PSD. Os mais cotados são os senadores Alexandre Silveira (PSD-MG) e Davi Alcolumbre (União-AP).

Mas as bancadas da Câmara desses partidos também querem indicar ministros. No PT, há a ideia de que o deputado Celso Sabino (União-PA) possa ser indicado pela bancada da União Brasil, embora Elmar Nascimento (União-BA) tenha o apoio do grupo do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

Outros ministérios como Pesca e Turismo devem completar as ofertas aos partidos que Lula quer atrair.

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