Governo Lula dispensa mais 11 militares que atuam no Palácio do Planalto

No dia anterior, governo já havia trocado o nº 2 do Gabinete de Segurança Institucional

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Brasília

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aumentou a lista de dispensa de militares que atuam no Palácio do Planalto, em meio à crise de confiança após os atos golpistas de 8 de janeiro.

Foram dispensados nesta quarta-feira (25) nove militares que atuam na Vice-Presidência da República, em portarias publicadas no "Diário Oficial" da União.

O Gabinete de Segurança Institucional, que também vem dispensando militares em série desde a manifestação golpista, retirou outros dois integrantes das Forças Armadas de seus quadros, mas por outro lado designou outros quatro.

Governo Lula vem reduzindo quantidade de militares que atuam no Palácio do Planalto desde manifestação golpista - Gabriela Biló/Folhapress

Os militares dispensados da Vice-Presidência da República atuavam no Departamento de Administração e Finanças, na Diretoria de Administração e também na assessoria militar. Também foi exonerado o major Victor Almeida Pontes, que era o chefe da ajudância de ordens da Vice-Presidência.

No GSI, foi exonerado um oficial que era supervisor do departamento de Coordenação de Eventos, Viagens e Cerimonial Militar da Secretaria de Segurança e Coordenação Presidencial do órgão. O outro atuava no departamento de Gestão.

As novas mudanças acontecem um dia após o governo Lula substituir o secretário-executivo do GSI, que é o número 2 da pasta.

Foi exonerado do cargo o general Carlos José Russo Assumpção Penteado, que passará à situação de adido do gabinete do comandante do Exército. O oficial é muito próximo e considerado homem de confiança do ex-chefe do GSI no governo Jair Bolsonaro (PL), o general Augusto Heleno.

Em seu lugar, assume a secretaria-executiva do GSI o general Ricardo José Nigri. Trata-se de um homem respeitado dentro das Forças Armadas, que já foi oficial de gabinete do ex-comandante do Exército Eduardo Villas Bôas.

Apenas na semana passada, 84 militares haviam deixado suas funções no Planalto. Nesta semana, outros 5 já haviam sido dispensados, na segunda-feira (22).

O clima de desconfiança com o GSI já vem desde os trabalhos do gabinete de transição. Apesar de ter nomeado um homem de sua confiança, o general Gonçalves Dias, a equipe de Lula decidiu passar a responsabilidade pela segurança do presidente do GSI para a Polícia Federal.

Durante o governo Bolsonaro, o Gabinete de Segurança Institucional tornou-se um órgão com grande proximidade ao mandatário, tendo sido aparelhado por aliados, pelo general Augusto Heleno.

A desconfiança com o GSI e com as Forças Armadas atingiu um ápice após os atos golpistas de 8 de janeiro, quando os apoiadores de Bolsonaro invadiram o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal. No Planalto, praticamente não houve resistência das forças de segurança.

Em entrevista à GloboNews, Lula chegou a falar que o setor de inteligência do governo não existiu.

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