Descrição de chapéu Governo Lula

O que equipe de Lula diz em defesa de ministra ligada a chefe de milícia preso no RJ

Folha revelou que Daniela Carneiro mantém vínculos com família de acusado de chefiar milícia na Baixada Fluminense

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São Paulo

Após a Folha revelar que a ministra do Turismo, Daniela Carneiro (União Brasil), mantém vínculos com a família de Juracy Alves Prudêncio, o Jura, condenado e preso sob acusação de chefiar uma milícia na Baixada Fluminense, integrantes do governo Lula têm se manifestado sobre o caso.

Em linhas gerais, eles minimizam o elo e dizem que nada muda no governo diante do caso.

Até agora, o presidente Lula (PT) não se manifestou —nas eleições, ele repetidas vezes usou o elo de Jair Bolsonaro (PL) com milicianos para atacá-lo.

Veja o que integrantes do governo dizem sobre o elo de ministra com miliciano:

A ministra do Turismo, Daniela Carneiro (União Brasil), com o presidente Lula - Pedro Ladeira - 29.dez.2022/Folhapress

Rui Costa, ministro da Casa Civil

Em entrevista à imprensa, o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), disse que não há "materialidade concreta" que comprometa Daniela.

"Não tem até aqui nenhuma outra repercussão, nenhuma materialidade concreta sobre nada que crie nenhum tipo de desconforto até o momento. Se surgirem coisas novas, aí é outra história. Mas até aqui não tem nada que provoque nenhum tipo de desconforto, não", afirmou, no Planalto.

Alexandre Padilha, ministro Relações Institucionais

O titular da Secretaria de Relações Institucionais, ministro Alexandre Padilha, elogiou Daniela e disse que nada do que surgiu até o momento desabona a colega de Esplanada.

"Tudo o que apareceu até agora, na minha opinião, não desabona em nada a grande deputada que é a deputada Daniela do Waguinho, que foi a deputada mais votada do Rio de Janeiro. Que na sua fala inicial, eu estava junto no convite ao Ministério do Turismo, deu uma demonstração assim de muita vontade de fazer um grande trabalho pelo Brasil", afirmou Padilha em entrevista à GloboNews.

Flávio Dino, ministro da Justiça

Na terça-feira (3), o ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB), que tomou posse no cargo anunciando descobrir os autores do assassinato da vereadora Marielle Franco, também minimizou o episódio.

"A bem da verdade, políticas e políticos do Brasil, principalmente em momentos eleitorais, e, hoje, nesses dias de celular, têm fotos com todo mundo. O fato de ter uma foto com A, B ou C não significa ter ligação com as atividades eventualmente ilegais dessas mesmas pessoas. Eu penso que é possível, que é necessário a própria imprensa esclarecer melhor isso. Mas, até aqui, pelo que eu vi pela sua pergunta, se é uma foto não dá para jogar por foto", acrescentou.

Freixo, presidente da Embratur

O deputado Marcelo Freixo disse que tem uma "relação recente de muito diálogo" com a ministra. Ele disse concordar com Daniela, que afirmou caber à prefeitura explicar a nomeação do miliciano.

"A minha relação com a ministra Daniela Carneiro é recente e tem sido muito boa, de muito diálogo. Não tenho dúvida de que a Embratur e o Ministério do Turismo, que nunca trabalharam juntos, podem trabalhar. Minha relação recente com ela é de muito diálogo e de muita correção. Li a defesa dela, e ela atribui as relações à prefeitura. Cabe à prefeitura falar sobre a nomeação", disse ele.

Jaques Wagner, líder do governo no Senado

Questionado sobre o assunto, o senador Jaques Wagner (PT-BA) minimizou as denúncias e ressaltou o papel de Waguinho para a eleição de Lula.

"Quem veio para a base foi o partido dela e ela. O marido dela teve um protagonismo forte [na campanha eleitoral]. Então, repare, ele tem até o nosso carinho e admiração, porque, numa terra difícil, como é Belford Roxo e o Rio de Janeiro, ele fez campanha três vezes por dia", afirmou Jaques Wagner.

Jaques Wagner ainda acrescentou que nesses momentos vão surgir muitas notícias sobre o passado dos integrantes ao governo, na tentativa de desabonar as nomeações.

"Ela foi muito bem recebida, até com alegria, pelo reconhecimento da gente do trabalho que ele teve durante a campanha", completou o líder do governo.

Paulo Teixeira, ministro do Desenvolvimento Agrário

Na mesma linha, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira (PT), minimizou o caso e disse que "nada demonstra relações que a comprometem". Disse que o caso em nada se equivale à apontada ligação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) com milicianos.

"Bolsonaro tinha vínculos orgânicos com os milicianos. Nesse caso me parece que é uma relação de campanha, nesse sentido, não há compromete. Mas do ponto de vista dela, na minha opinião, nada demonstra relações que a comprometam. Essa é a questão", afirmou.

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