Descrição de chapéu Governo Lula

Lula pede retirada de projeto de Bolsonaro que poderia isentar militares de punição em GLO

Presidente também pediu que outras três propostas do seu antecessor saíam do Congresso

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Brasília

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pediu ao Congresso a retirada do projeto de lei do seu antecessor, Jair Bolsonaro (PL), que previa isentar de punição militares e policiais que cometerem excessos durante operações de garantia da lei e da ordem (GLO).

A medida faz parte de um pacote de quatro propostas de autoria de Bolsonaro e que o atual mandatário pede para retirar do Legislativo. Os pedidos foram publicados no Diário Oficial da União nesta quinta-feira (6).

O presidente Lula durante cerimônia no Palácio do Planalto de promoção de oficiais-generais. - Sergio Lima/AFP

O projeto de lei sobre isentar militares de punição era simbólico ao bolsonarismo, porque era promessa de campanha de 2018 do ex-presidente.

A medida foi anunciada por Bolsonaro durante o lançamento da Aliança pelo Brasil. Mas, assim como o partido que ele queria criar, o projeto de lei apresentado no final de 2019 nunca prosperou na Câmara.

Outra proposta que o governo federal não quer mais que tramite no Congresso é a que proíbe empresas de tecnologia e redes sociais de removerem conteúdo de suas páginas sem decisão judicial

À época, começava um cerco nas redes sociais a publicações com conteúdo falso, e plataformas mostravam quando o post era "enganoso". O próprio Bolsonaro era alvo da decisão de mídias sociais de apagar conteúdos de sua página que veiculavam informações enganosas e incorretas.

O YouTube retirou do ar vídeos do canal Jair Bolsonaro que propagavam o uso de medicamentos ineficazes contra a Covid.

Então, em setembro de 2021, o então chefe do Executivo enviou projeto ao Congresso. Em agosto, ele fez o anúncio em entrevista a uma rede social bolsonarista.

Na ocasião, ele fez um paralelo ao que ocorria nos EUA com apoiadores do ex-presidente Donald Trump, que tinham publicações falsas retiradas das redes sociais, o que chamou de "censura".

Lula também determinou a retirada do projeto de lei que criava a PNLP (Política Nacional de Longo Prazo). A proposta foi enviada pelo governo Bolsonaro ao Congresso já após a derrota nas urnas, no apagar das luzes de 2022.

Genérico, o projeto instituía que a PLNP proporia um planejamento estratégico à administração federal, com objetivo de garantir a soberania, promover o desenvolvimento, reduzir desigualdades, promover transparência e estimular o diálogo.

A outra medida retirada pelo governo Lula é a que autorizava o governo federal a vender todo o seu excedente de óleo do pré-sal e desvincular recursos de investimento do Fundo Social.

Dos quatro projetos, este foi o único que teve andamento na Câmara dos Deputados. Protocolado em junho de 2022, chegou a ir para a Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviço da Casa e teve um relator designado, mas o projeto não foi analisado.

Esta não é a primeira vez que Lula pede desistência de projeto no Congresso que fora apresentado pelo governo Bolsonaro.

Na semana passada, ele pediu a retirada de tramitação um projeto de lei do ex-presidente que libera mineração em terras indígenas.

Apresentado por Bolsonaro em fevereiro de 2020, o projeto ficou parado na Câmara dos Deputados até março de 2022, quando o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), e o centrão aprovaram requerimento de urgência da matéria, sem ouvir os indígenas e sem passagem pelas comissões especiais da Câmara.

A proposta não chegou a ser votada pelos parlamentares. Agora, pelo regimento interno da Câmara, caberá a Lira acatar ou não o pedido de Lula —e essa decisão poderá ser passível de recurso no plenário.

O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), afirmou nas redes sociais que esta é uma "importante resposta do governo Lula na proteção dos povos indígenas no Brasil e pela preservação ambiental".

De interesse direto de Bolsonaro, o projeto sofreu críticas de ambientalistas e parlamentares quando foi apresentado.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.