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Advogado deixa defesa de Mauro Cid, ex-braço direito de Bolsonaro

Defesa do tenente-coronel no caso da fraude de vacinas alegou razões de foro profissional

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Brasília

O advogado Rodrigo Roca anunciou sua saída da defesa do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens e braço-direito do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Em comunicado enviado à imprensa na noite desta quarta-feira (10), Roca disse ter tomado a decisão por razões de foro profissional e impedimentos familiares de sua parte.

Cid foi preso na última quarta-feira (3) sob suspeita de ter adulterado os registros de vacinação do ex-presidente e de familiares.

O ex-presidente Jair Bolsonaro e seu chefe da ajudância de ordens, o tenente-coronel Mauro Cid
O ex-presidente Jair Bolsonaro e seu chefe da ajudância de ordens, o tenente-coronel Mauro Cid - Adriano Machado-18.jun.19/Reuters

Uma investigação da Polícia Federal identificou tentativas de inserção de dados de vacinação da Covid-19 falsos no sistema do Ministério da Saúde, entre novembro de 2021 e dezembro de 2022.

Em representação ao ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), a Polícia Federal apontou Mauro Cid como principal articulador do esquema.

De acordo com reportagem publicada na Folha na última quinta-feira (4), a defesa de Bolsonaro conta com a admissão de culpa de Cid no esquema.

Aliados do ex-mandatário avaliam que ele não terá alternativa a não ser reconhecer ter adulterado certificados de imunização. Ao mesmo tempo, advogados de Bolsonaro buscam desvinculá-lo do episódio.

Na ocasião, Roca afirmou estudar um pedido de revogação de sua prisão, sob o argumento de que não haveria risco de reiteração dos crimes supostamente cometidos, já que ele não ocupa mais o cargo de ajudante de ordens da Presidência.

"A trama aventada pela Polícia Federal não se sustenta diante dos fatos e há de ruir com o desenvolvimento das investigações", disse.

Roca é conhecido por ser próximo à família de Bolsonaro e já advogou para o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) no caso que ficou conhecido como "rachadinhas", em seu antigo gabinete na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, onde exerceu o mandato entre fevereiro de 2003 a janeiro de 2019.

O filho mais velho do presidente chegou a ser denunciado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro sob acusação de liderar uma organização criminosa para recolher parte do salário de seus ex-funcionários em benefício próprio.

O advogado também atuou na defesa do ex-ministro da Justiça de Bolsonaro Anderson Torres, suspeito de interferir em planejamentos da Polícia Rodoviária Federal durante as eleições de 2022 para dificultar a chegada de eleitores de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aos locais de votação. Ele teria deixado a defesa de Torres numa tentativa do ex-ministro se desvincular do bolsonarismo.

Torres foi preso por decisão do STF após os ataques às sedes dos três Poderes, em 8 de janeiro. Moraes apontou suposta omissão na permanência do acampamento dos manifestantes no SMU (Setor Militar Urbano) e no risco gerado por ele nos atos golpistas de 8 de janeiro. O ex-ministro era secretário de Segurança do Distrito Federal na ocasião.

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