PM preso disse que polícia deveria liberar invasões na Esplanada, aponta mensagem

Mensagem dias antes dos ataques encontrada em celular foi usada para pedir 2ª prisão do major Flávio Silvestre, da PM-DF

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Brasília

A Polícia Federal encontrou no celular do major Flávio Silvestre, da Polícia Militar do Distrito Federal, uma mensagem enviada dias antes do 8 de janeiro em que ele afirma que, em caso de manifestações na Esplanada dos Ministérios, a PM deveria liberar as invasões.

Segundo a Folha apurou, a conversa foi em um grupo de oficiais da PM e serviu como base para o novo pedido de prisão contra o major na 12ª fase da Lesa Pátria, deflagrada nesta terça (23).

A mensagem foi encontrada no celular de um policial, apreendido em 7 de fevereiro na 5ª fase da operação, quando ele foi preso pela primeira vez.

Silvestre aparece em imagens no dia dos ataques golpistas orientando policiais do Batalhão de Choque a deixarem uma via de acesso próxima ao STF (Supremo Tribunal Federal). Com o recuo dos policiais, o caminho para o Supremo ficou livre e apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) invadiram o prédio.

Vista do salão nobre, no segundo andar do prédio do STF (Supremo Tribunal Federal) onde ficavam várias peças antigas e obras de arte. Cenário de destruição após a invasão de vândalos
Vista do salão nobre, no segundo andar do prédio do STF onde ficavam várias peças antigas e obras de arte - Pedro Ladeira/Folhapress

Em depoimento após a prisão, Silvestre afirmou que o recuo foi necessário para que a tropa pudesse resgatar o comandante da PM-DF à época, o coronel Fábio Augusto Vieira, e outros policiais.

A PF faz nesta terça mais uma ofensiva contra policiais militares do Distrito Federal suspeitos de omissão frente às ameaças de invasão às sedes dos três Poderes.

Além da prisão de Silvestre, são cumpridos quatro mandados de busca e apreensão expedidos pelo STF.

Os fatos investigados constituem, em tese, os crimes de abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido.

Além dessa linha das autoridades omissas, os ataques também são investigados na PF em outras três frentes.

Uma mira os possíveis autores intelectuais, e é essa frente que pode alcançar Bolsonaro. Outra tem como objetivo mapear os financiadores e responsáveis pela logística do acampamento e transporte de bolsonaristas para Brasília.

O terceiro foco da investigação PF são os vândalos. Os investigadores querem identificar e individualizar a conduta de cada um dos envolvidos na depredação dos prédios históricos da capital federal.

Essas linhas de investigação deram origem a 12 fases Lesa Pátria, operação apontada pela PF como permanente, com atualizações periódicas acerca do número de mandados judiciais expedidos, pessoas capturadas e foragidas.

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