Eduardo Leite despenca e Tarcísio segue líder em popularidade digital entre governadores

IPD confirma dificuldade de consolidação do tucano como alternativa ao bolsonarismo

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São Paulo

O governador paulista, Tarcísio de Freitas (Republicanos), continua no topo da popularidade digital entre os chefes dos Executivos estaduais pelo país, e Eduardo Leite (PSDB), do Rio Grande do Sul, perde ainda mais visibilidade, expondo dificuldades em apresentar-se como uma alternativa ao bolsonarismo.

É o que mostra o IPD (Índice de Popularidade Digital), que varia de 0 a 100 e é analisado diariamente pela empresa de pesquisa e consultoria Quaest. Ele é calculado por meio de algoritmo que coleta e processa 152 variáveis das plataformas Twitter, Facebook, Instagram, YouTube, Wikipédia e Google.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), em Lançamento do plano estadual anticorrupção, no Palácio dos Bandeirantes, na capital paulista
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), em Lançamento do plano estadual anticorrupção, no Palácio dos Bandeirantes, na capital paulista - Isadora de Leão Moreira - 3.mai.23/Governo do Estado de São Paulo

A governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), conseguiu manter-se em segundo lugar após oscilações na visibilidade digital, com nota 46,63, à frente de Romeu Zema (Novo), chefe do Executivo mineiro, que chega a junho com 41,87 pontos de performance virtual.

Já Leite saiu da quarta posição em janeiro, para a nona em junho, perdendo cerca de 16 pontos de visibilidade nas plataformas sociais —de 39,56 pontos para 23,49.

Os mais bem colocados mostram tendência de projeção nacional.

Entre os mandatários mais evidentes digitalmente despontou Ronaldo Caiado (União Brasil), de Goiás, que saiu da 13ª colocação em janeiro, com 21,77 pontos, para 36,65 de nota final no mês de junho, chegando à quarta posição.

Ele participou, no fim de maio, de sessão da CPI do MST, que repercutiu com bate-boca entre parlamentares da base do presidente Lula (PT) e da oposição.

Tarcísio, aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), mas que adota uma postura pragmática frente ao atual mandatário federal, manteve o desempenho nas redes e conquistou estabilidade na popularidade digital —em junho, obteve 76,61 pontos no IPD.

Em seis meses de gestão, dialogou com o petista, distanciou-se de radicalismos apesar de pontuais sinalizações aos bolsonaristas mais aguerridos, sancionou legislação permitindo a distribuição de Cannabis medicinal pelo SUS no estado e abriu contato com centrais sindicais.

É ele quem a direita bolsonarista vislumbra como possível candidato ao Planalto em 2026, em um cenário de inelegibilidade de Bolsonaro. Em entrevista à GloboNews, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, disse que o atual governador deveria "sair com o 22" caso queira ter uma candidatura viável à Presidência.

Leite, agora presidente do PSDB, procura reunificar seu partido, em especial o diretório de São Paulo, ligado ao ex-governador João Doria (ex-PSDB). A sigla vem perdendo espaço desde 2018, e teve em 2022 sua maior derrota, deixando o Palácio dos Bandeirantes após 28 anos.

Com o imbróglio na legenda, o governador do Rio Grande do Sul encontra dificuldade de consolidar uma oposição não bolsonarista a Lula, e mais, de projetar-se pessoalmente como uma boa alternativa para o próximo pleito presidencial.

Outro mandatário estadual que perdeu relevância nas redes foi Ibaneis Rocha (MDB), do Distrito Federal. Após um quinto lugar em janeiro, com seu afastamento do cargo após os ataques golpistas de 8 de janeiro, o governador da capital federal amarga um 13º lugar, com 20,96 pontos.

A popularidade digital de Helder Barbalho (MDB), governador paraense, também registrou queda —em abril, estava em quinto lugar, pulou para quarto em maio, mas em junho registra a sétima colocação no ranqueamento, com 25,68 pontos.

Raquel Lyra continua colhendo frutos de uma estratégia que abrange uma boa relação e conversas do PT ao PL, e Zema vê sua popularidade digital cair em junho, após ter dito que os estados do Sul e do Sudeste são diferentes por terem proporção maior de pessoas trabalhando do que vivendo com auxílios, como o Bolsa Família.

A declaração foi vista como preconceituosa com outras áreas do país, e repercutiu nas redes sociais, ecoada pelas manifestações de parlamentares petistas.

Para a nota final, são consideradas cinco dimensões, como a fama (número de seguidores), engajamento (comentários e curtidas por postagem), mobilização (compartilhamentos), valência (proporção de reações positivas e negativas) e interesse (volume de buscas).

Cada dimensão é ponderada por um modelo assimilado pela máquina a partir dos resultados reais de eleições passadas, com milhares de candidaturas monitoradas pela empresa.

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