Descrição de chapéu Governo Lula

Marina Silva cresce em popularidade digital após perda de poder; Dino segue líder

Conflitos com parlamentares firmam ministro da Justiça no topo; Haddad, Tebet e Alckmin continuam relevantes

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São Paulo

Em meio à desidratação do Ministério do Meio Ambiente na medida provisória de reestruturação da Esplanada dos Ministérios, a titular da pasta, Marina Silva (Rede), ganhou popularidade digital e alcançou o terceiro lugar entre os ministros do governo Lula (PT).

Os dados são do IPD (Índice de Popularidade Digital), que varia de 0 a 100 e é analisado diariamente pela empresa de pesquisa e consultoria Quaest. Ele é calculado por meio de algoritmo que coleta e processa 152 variáveis das plataformas Twitter, Facebook, Instagram, YouTube, Wikipédia e Google.

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e o presidente Lula (PT) durante solenidade em comemoração ao Dia Mundial do Meio Ambiente, no Palácio do Planalto, em Brasília
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e o presidente Lula (PT) durante solenidade em comemoração ao Dia Mundial do Meio Ambiente, no Palácio do Planalto - Pedro Ladeira - 5.jun.23/Folhapress

Flávio Dino (PSB), ministro da Justiça e Segurança Pública, manteve-se em primeiro lugar entre os integrantes da Esplanada dos Ministérios, ainda na esteira de embates com opositores. Ele ultrapassou Fernando Haddad (PT), da Fazenda, em abril. O petista continua na vice-liderança, com 72,52 pontos.

Marina iniciou sua gestão à frente do Meio Ambiente em quarto lugar em termos de relevância nas redes, subindo para terceiro em fevereiro. Perdeu protagonismo a partir de março, oscilando entre o quinto e o quarto lugares. Em junho, voltou ao pódio, com nota final de 45,89, aumento de quase 8 pontos em relação a maio.

A movimentação no desempenho virtual coincide com o trâmite da MP dos Ministérios, que reorganizou as estruturas do governo federal após a posse de Lula e gerou tensão entre o Planalto e a Câmara dos Deputados.

O relator da medida provisória e líder do MDB na Câmara, Isnaldo Bulhões Jr., empoderou pastas comandadas pelo centrão e transferiu competências originalmente distribuídas aos ministérios do Meio Ambiente, do Desenvolvimento Agrário e dos Povos Indígenas para outros órgãos.

Marina perdeu sistemas nacionais de informações sobre resíduos sólidos, saneamento básico e recursos hídricos, além da ANA (Agência Nacional de Águas) e do CAR (Cadastro Ambiental Rural), instrumento considerado importante por gerenciar a fiscalização de crimes ambientais em propriedades rurais.

O caso repercutiu, especialmente pelo aval dado por Lula ao esvaziamento do Meio Ambiente em detrimento da Casa Civil, que o petista decidiu blindar. A ministra, que já passou pelo cargo nos mandatos anteriores de Lula, disse que credibilidade não basta para recuperar a imagem brasileira na pauta ambiental.

"O mundo vai olhar para o arcabouço legal e ver que a estrutura do governo não é a que ganhou as eleições, é a estrutura do governo que perdeu. Isso vai fechar todas as nossas portas", disse ela na Comissão de Meio Ambiente da Câmara em 24 de maio.

Já Dino manteve-se na ponta em popularidade digital com novas contendas envolvendo parlamentares de oposição. O caso mais emblemático e que se arrasta até hoje é com o senador Marcos do Val (Podemos-ES).

Em 9 de maio, o titular da Justiça disse que Do Val pode ser da Swat, grupo tático especial da polícia americana, mas que ele é dos vingadores. O termo alude a super-heróis do Universo Cinematográfico da Marvel.

"Não precisa de o senhor ir para a porta do Ministério da Justiça fazer vídeo de internet. Se o senhor é da Swat, eu sou dos Vingadores. O senhor conhece o Capitão América? Homem-Aranha? Então é assim que a gente faz o debate democrático", disse.

Quase um mês após a afirmação, em 2 de junho, Do Val fez uma publicação no Twitter com uma foto sua de sunga, ao lado de uma foto de Dino, também com o traje de banho. Sobre a imagem, a legenda: "Cada um usa a arma que tem!". O tuíte viralizou e gerou ampla repercussão entre os internautas.

Mais recentemente, o ministro voltou às redes após se pronunciar sobre medidas a serem tomadas em caso de Roger Waters, cofundador do Pink Floyd, utilizar símbolos nazistas em apresentações no Brasil —a turnê do cantor deve passar por cinco cidades do país.

Entre outros destaques, estão Haddad e a ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), que apesar de perderem popularidade em termos absolutos, mantiveram-se no topo da classificação, em segundo e quarto lugar (63,72 e 45,89), respectivamente.

Geraldo Alckmin (PSB), vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, manteve desempenho virtual estável após queda em abril, mantendo-se em quinto lugar, com 40,23 pontos.

A pauta econômica tem tomado prevalência no governo, com a aprovação de medidas já validadas pelo Legislativo e Judiciário que podem render ao menos R$ 130 bilhões aos cofres públicos, além da avalização do novo arcabouço fiscal, e o programa de incentivo a carros populares, anunciado no fim de maio.

Para a nota final, são consideradas cinco dimensões, como a fama (número de seguidores), engajamento (comentários e curtidas por postagem), mobilização (compartilhamentos), valência (proporção de reações positivas e negativas) e interesse (volume de buscas).

Cada dimensão é ponderada por um modelo assimilado pela máquina a partir dos resultados reais de eleições passadas, com milhares de candidaturas monitoradas pela empresa.

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