Lula afirma que agronegócio tem 'problema ideológico' com o seu governo

Fala ocorre no momento em ruralistas têm imposto uma série de derrotas e entraves ao governo no Congresso

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Brasília

O presidente Lula (PT) afirmou nesta quinta-feira (15) que o problema do agronegócio com a sua gestão é "ideológico" e não ligado a questões econômicas.

A fala ocorre no momento em que a chamada bancada ruralista, que conta hoje com a adesão de cerca de 300 dos 513 deputados, tem imposto uma série de derrotas e entraves ao governo no Congresso Nacional.

"Tenho noção do que nós fizemos [para o agronegócio]. O problema deles conosco é ideológico, não é problema de dinheiro a mais no Plano Safra. Não quero saber se produtor rural gosta de mim ou não", afirmou o presidente.

O presidente Lula durante declaração à imprensa no Palácio do Planalto - Pedro Ladeira - 12 jun.23/Folhapress

Lula concedeu entrevista para rádios de Goiás na manhã desta quinta. O mandatário viajará ao estado para inaugurar um anel viário em Jataí (GO) e um trecho da ferrovia Norte-Sul, em Rio Verde (GO).

O presidente foi questionado sobre a sua relação com o agronegócio, setor que esteve muito associado a seu antecessor, Jair Bolsonaro (PL).

"Não estou preocupado com o fulano e ciclano pensa de mim. Estou preocupado que se as pessoas forem honestas comigo tem que dizer em alto e bom som: nunca antes na história desse país a agricultura foi tão bem tratada como no governo Lula", afirmou.

Lula foi eleito com estreita margem de votos e, ao mesmo tempo, viu o Congresso ser formado por uma maioria conservadora. Os partidos de esquerda reúnem apenas cerca de um quarto do total de cadeiras na Câmara.

Por isso, desde a transição, Lula tenta atrair uma coalizão que lhe dê uma sustentação legislativa sólida, mas tem enfrentado diversos problemas e derrotas na Câmara, mesmo tendo distribuído nove ministérios a MDB, PSD e União Brasil.

Há uma grande insatisfação com a articulação política, inclusive em partidos da esquerda. Uma das principais reclamações é justamente relacionada à divisão de cargos federais entre esses partidos de centro e de direita.

Lula reuniu seu ministério nesta quinta meio às pressões na relação com o Congresso. Além dos cargos, congressistas reclamam da falta de atenção que ministros do governo dispensam aos seus pleitos e da demora na liberação de emendas ao Orçamento da União, atualmente o principal instrumento de relação entre o Executivo e o Legislativo.

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