Senado aprova atualização do Código Penal Militar após exclusão de pontos mais controversos

Senadores mantiveram entendimento da Câmara e não trataram, por exemplo, do excludente de ilicitude

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Brasília

O Senado aprovou, na tarde desta terça-feira (22), a atualização do Código Penal Militar, com a exclusão de pontos polêmicos debatidos antes na Câmara dos Deputados. A proposta aumenta para 15 anos a pena para militares envolvidos com tráfico de drogas.

O texto agora vai à sanção do presidente Lula (PT). O projeto atualiza o texto do código válido para as Forças Armadas e cuja redação foi feita em 1969, durante a ditadura militar.

Quando a proposta passou pela Câmara, em fevereiro do ano passado e ainda sob o governo de Jair Bolsonaro (PL), foi feito um acordo com partidos à época de oposição —exceto o PSOL— para consensuar temas considerados controversos, como um dispositivo que previa excludente de ilicitude, retirado.

Militares em solenidade ao Dia do Soldado, na Concha Acústica do Exército, em Brasília
Militares em solenidade ao Dia do Soldado, na Concha Acústica do Exército, em Brasília - Gabriela Biló - 25.ago.23/Folhapress

Na mesma negociação, incluiu-se o aumento na pena para o militar que transportar e armazenar entorpecentes mesmo que para uso próprio, que antes era de até cinco anos, ou oito, caso o agente fosse farmacêutico, por exemplo.

A proposta também exclui dos crimes militares aqueles delitos tipificados como sexuais ou praticados com violência doméstica e familiar contra a mulher —desde que praticados em lugar que não esteja sujeito à administração militar.

Ou seja, caso o projeto seja sancionado por Lula, estes agentes passarão a responder na Justiça Comum neste caso.

Outro ponto controverso que não andou na Câmara foi a proibição para que policiais exerçam atividades fora da carreira militar, o popular "bico". À época, a bancada de coronéis reclamou que não era possível que estes profissionais tivessem uma vida digna sem essa possibilidade.

O Senado seguiu o entendimento da Câmara e manteve a proposta com esses pontos. Não houve resistência na aprovação do texto no plenário. A CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) também rejeitou alterações propostas por senadores.

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