Descrição de chapéu Folhajus

Advogado de Mauro Cid agenda encontro com Moraes e critica prisão de militar

Reunião foi marcada a pedido de Cezar Bitencourt, que assumiu defesa do oficial na última semana

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Brasília

O novo advogado do tenente-coronel Mauro Cid, Cezar Bitencourt, se encontrará nesta quinta-feira (24) com o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).

A audiência está marcada para as 16h15. Segundo Bitencourt, o objetivo do encontro é se inteirar das investigações envolvendo o militar, com a concessão dos autos, e tratar sobre a prisão de Mauro Cid.

"Acho a prisão desnecessária. Não tem por que ele estar preso já há tanto tempo. Mas isso eu vou resolver com o Judiciário. Quero na semana que vem conversar com o ministro Alexandre de Moraes, fazer os pedidos e examinar melhor", disse Bitencourt à Folha na última sexta (18).

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O tenente-coronel Mauro Cid, ao depor na CPI do Congresso, em julho - Pedro Ladeira/Folhapress

A audiência ocorrerá no mesmo dia em que Cid prestará depoimento sobre o caso das joias e fatos relacionados ao ataque às sedes dos Poderes, em 8 de janeiro, à CPI dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa do Distrito Federal.

Cezar Bitencourt chegou a pedir o adiamento da audiência, alegando ter entrado há poucos dias na defesa do militar, mas o deputado distrital Chico Vigilante (PT), presidente da comissão, negou a solicitação.

Mauro Cid está preso há mais de três meses no batalhão da Polícia do Exército, em Brasília.

A cela possui 20 metros quadrados. O militar só costuma sair do local duas horas por dia, para um período de banho de sol em grande pátio disponível para realizar corridas e musculação.

No início da prisão, o Exército adotou protocolo menos rígido e permitiu que o tenente-coronel recebesse uma série de visitas de militares, amigos e familiares.

As regras passaram a ser mais duras após o ministro Alexandre de Moraes determinar que as visitas, exceto de familiares e advogados, deveriam ser autorizadas por ele. A razão seria o número "elevadíssimo" de visitas recebidas, segundo o ministro: 73 pessoas em 19 dias de prisão.

Desde que assumiu a defesa, Cezar Bitencourt deu declarações confusas e divergentes sobre a suposta decisão do militar de confessar sua atuação e a do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na venda de joias.

As versões sobre o caso se alteraram na última semana. O vaivém atenua e agrava a situação de Bolsonaro, a depender do tom de Bitencourt.

O principal ponto de divergência está ligado à possível confissão de Cid. O advogado disse que o militar deve esclarecer aos investigadores como foi feita a venda e recompra de um relógio Rolex recebido por Bolsonaro como presente de Estado.

Depois, disse que não se trataria de uma "confissão", mas "esclarecimentos" a serem feitos aos investigadores.

Bitencourt afirmou ainda que Cid diria à Polícia Federal que teria realizado a venda do Rolex a mando de Bolsonaro. Em novo recuo, ele afirmou na sexta que não é possível culpar o ex-presidente.

"Tem muitas coisas que não tem nada a ver. Na realidade houve um equívoco, houve má-fé. Em primeiro lugar [é um equívoco] que o Cid vai dedurar o Bolsonaro", afirmou.

Cezar Roberto Bitencourt é o terceiro advogado de Mauro Cid desde que o militar foi preso, em 3 de maio. O primeiro, Rodrigo Roca, deixou a defesa sete dias após a prisão.

O segundo defensor de Cid foi o advogado Bernardo Fenelon, que saiu do caso na última semana alegando "questões íntimas".

Nesta terça, o advogado Daniel Bialski informou que deixou a defesa da ex-primeira dama Michelle Bolsonaro na investigação que tramita no STF sob a relatoria de Moraes.

De acordo com Bialski, os advogados do ex-presidente se encarregarão de representar Michelle junto à corte.

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