Lira diz que sigilo de votos do STF, como propôs Lula, ofuscaria princípio da transparência

Presidente da República defendeu modelo e disse que sociedade não tem que saber como vota ministro do Supremo

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Brasília

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta terça-feira (5) que um modelo pelo qual existisse sigilo sobre os votos de ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), conforme propôs o presidente Lula (PT), ofuscaria o princípio de transparência da corte.

Lira evitou criticar diretamente Lula, que defendeu essa proposta nesta terça, durante transmissão ao vivo na internet.

O presidente da Câmara, Arthur Lira, no dia da votação do arcabouço fiscal - Pedro Ladeira - 22 ago. 2023/Folhapress

"Difícil avaliar posição de outras pessoas, sem você ter conversado com elas sobre. Sim, o que nós estamos vendo é um posicionamento firme de muitos juristas, inclusive, e ex-ministros muito contra", afirmou o deputado.

"Você já tem uma Suprema Corte com muita visibilidade, agora você vai ter com muita visibilidade sem saber o que estão votando. O princípio da transparência que é tão exigido no televisionamento das decisões vai ficar ofuscado. Mas longe de mim saber quais são os motivos que foram tratados para dar uma declaração como essa", completou.

Ao defender o sigilo sobre votos de ministros do Supremo, Lula justificou que a insatisfação da população com determinadas decisões podem afetar a segurança dos magistrados da Suprema Corte.

"A sociedade não tem que saber como vota um ministro da Suprema Corte. Não acho que o cara precisa saber. Votou a maioria, não precisa ninguém saber. Porque aí cada um que perde fica com raiva, cada um que ganha fica feliz", afirmou o presidente.

"Para a gente não criar animosidade, eu acho que era preciso começar a pensar se não é o jeito da gente mudar o que está acontecendo no Brasil."

"Porque, do jeito que vai, daqui a pouco um ministro da Suprema Corte não pode mais sair na rua, passear com sua família, sabe, porque tem um cara que não gostou de uma decisão dele", completou Lula.

A fala do petista sobre o STF acontece após críticas da esquerda, inclusive do PT, ao ministro Cristiano Zanin, advogado e amigo do presidente indicado por ele para uma vaga no tribunal no primeiro semestre deste ano.

Também ocorre semanas depois de o ministro do STF Alexandre de Moraes e familiares terem sido supostamente hostilizados por um grupo de turistas brasileiros no aeroporto de Roma (Itália).

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