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Investigação da CGU não livrou Bolsonaro no caso do cartão de vacina

Vídeo que viralizou engana ao citar arquivamento de investigação sobre o cartão de vacina do ex-presidente

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São Paulo

São enganosos os posts de redes sociais afirmando que a CGU (Controladoria Geral da União) livrou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de acusações de irregularidades ao arquivar a investigação sobre seu cartão de vacinação. O órgão, na realidade, arquivou a investigação que tentava apurar se um servidor público federal adulterou o documento, mas concluiu que o registro é falso.

Como verificado pelo Comprova, no dia 19 de janeiro, a CGU concluiu as investigações sobre um registro de vacinação contra o coronavírus inserido no sistema da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo. O órgão apontou que o registro de uma aplicação na UBS Parque Peruche, na zona norte da cidade, era falso.

Conforme divulgado em nota oficial, foi realizada diligência no Ministério da Saúde e confirmada a segurança do sistema mantido pela pasta, sendo atestada a impossibilidade de o registro ter sido feito por meio do sistema mantido pelo órgão federal. O exame também teve como objetivo verificar a eventual participação de algum servidor público federal nos fatos para eventual responsabilização. Nada foi localizado nesse sentido.

Bolsonaro, homem branco de cabelo liso dividido de lado, fala ao microfone e gesticula com a mão esquerda. Fundo da foto é escuro
O ex-presidente Jair Bolsonaro - Danilo Verpa - 25.jul.2023/Folhapress

Logo, a CGU concluiu que a suposta aplicação de vacina em Bolsonaro foi inserida de forma fraudulenta por meio do sistema estadual de registro de vacinação contra a Covid-19, em São Paulo. Tal conclusão não sinaliza o "livramento" de Bolsonaro, conforme mencionado nos posts investigados. A conclusão da CGU apenas confirma o não envolvimento de servidores do Ministério da Saúde na falsificação do documento de vacinação do ex-presidente.

Há, ainda, uma outra investigação em curso sobre o cartão de vacinação de Bolsonaro. Ela está sendo executada pela Polícia Federal, que investiga as suspeitas de irregularidade em outros dois registros de imunização, supostamente feitos em Duque de Caxias (RJ). Esse é o caso que imputa crimes ao ex-presidente na fraude de seu registro de vacinação e que foi amplamente divulgado.

Em nota técnica, a CGU informou que pode reabrir sua investigação caso as provas eventualmente recebidas indiquem o possível envolvimento de agente com vínculo com o governo federal.

A CGU foi procurada pela reportagem e confirmou as informações divulgadas por meios oficiais. Também em resposta ao Comprova, a PF disse que não se manifesta sobre eventuais investigações em andamento.

Enganoso, para o Comprova, é o conteúdo retirado do contexto original e usado em outro de modo que seu significado sofra alterações; que usa dados imprecisos ou que induz a uma interpretação diferente da intenção de seu autor; conteúdo que confunde, com ou sem a intenção deliberada de causar dano.

Por que investigamos

O Comprova monitora conteúdos suspeitos publicados em redes sociais e aplicativos de mensagem sobre políticas públicas e eleições no âmbito federal e abre investigações para aquelas publicações que obtiveram maior alcance e engajamento. Você também pode sugerir verificações pelo WhatsApp +55 11 97045-4984. Sugestões e dúvidas relacionadas a conteúdos duvidosos também podem ser enviadas para a Folha pelo WhatsApp 11 99486-0293.

Leia a verificação completa no site do Comprova.

A investigação desse conteúdo foi feita por Correio do Estado e Portal Norte e publicada em 30 de janeiro pelo Comprova, coalizão que reúne 41 veículos na checagem de conteúdos virais. Foi verificada por Folha, Correio Braziliense e Estadão.

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