Lula diz que ato de Bolsonaro foi 'grande': 'Não é possível negar um fato'

Presidente também criticou o pedido de anistia feito pelo ex-mandatário para os presos pelo 8 de janeiro

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São Paulo | UOL

O presidente Lula (PT) disse que o ato promovido por Jair Bolsonaro (PL) na avenida Paulista, em São Paulo, no último domingo (25), foi "grande" e que "não é possível você negar um fato". A declaração foi dada ao jornalista Kennedy Alencar, no programa É Notícia, da RedeTV!.

Lula afirmou que as imagens da manifestação comprovam o tamanho do ato. "Eles fizeram uma manifestação grande em São Paulo. Mesmo que não quiser acreditar, é só ver a imagem. Como as pessoas chegaram lá 'é outros 500'", disse.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva - Adriano Machado - 31.jan.2024/Reuters

O presidente disse que o ato foi "em defesa do golpe". "Eles todos com muito medo, muito cuidado. [...] De qualquer forma é importante a gente ficar atento, porque essa gente está demonstrando que não está para brincadeira".

Lula também criticou o pedido de anistia feito pelo ex-presidente para os presos pelo 8 de janeiro. "Quando o cidadão lá pede anistia, ele tá dizendo: 'Não, perdoe os golpistas'. Tá confessando o crime."

O petista ainda afirmou que a manifestação foi um "protesto contra a democracia". "Eles [os presos pelo 8/1] nem foram julgados ainda, eles estão presos como garantia da paz e da ordem deste país. Ainda não descobriu quem mandou, financiou, porque houve uma tentativa de golpe."

O presidente disse que viu com naturalidade a presença de governadores no ato, como Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo, que já apareceu em eventos ao lado do petista. "Essa gente toda tinha até obrigação de estar lá porque só foi eleita por causa de Bolsonaro."

Também estiveram no ato os governadores Romeu Zema (Minas Gerais), Jorginho Mello (Santa Catarina) e Ronaldo Caiado (Goiás) —todos aliados que disputam o espólio eleitoral de Bolsonaro.

O ex-presidente reuniu milhares de apoiadores na avenida Paulista e fez um discurso no qual maneirou a conhecida agressividade contra o STF (Supremo Tribunal Federal). Disse buscar a pacificação do país e pediu anistia aos presos pelo ataque golpista de 8 de janeiro de 2023.

Ao longo de sua fala, o ex-presidente também reclamou do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) por estar inelegível, criticou o STF pelas penas impostas aos que participaram dos ataques de 8 de janeiro, agradeceu aos presentes, lembrou da facada que sofreu e fez um balanço de seu governo.

A Secretaria da Segurança Pública do governo Tarcísio e a Polícia Militar, subordinada à pasta, bateram cabeça sobre a estimativa de público no ato de Bolsonaro.

O secretário Guilherme Derrite (PL), próximo da família Bolsonaro, anunciou que 750 mil pessoas haviam ido ao evento, sendo 600 mil especificamente na Paulista e os demais em ruas adjacentes. Na noite de domingo, a reportagem da Folha procurou a sala de imprensa da corporação, que informou então que a PM não fazia estimativas desse tipo.

Na noite desta segunda-feira (26), em entrevista à rede Jovem Pan, Derrite disse que a PM voltará a fazer a contagem de público de grandes manifestações, diferentemente do que vinha ocorrendo no estado nos últimos anos.

O grupo da USP Monitor do Debate Político no Meio Digital estimou em 185 mil pessoas o público presente no pico da manifestação, às 15h. Para o cálculo, foi utilizada metodologia que conta o número de cabeças em imagens ao longo de toda a avenida, sem sobreposição.

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