Post no X (antigo Twitter) foi editado para sugerir que o senador Magno Malta (PL) poderia estar embriagado durante seu discurso na manifestação convocada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em 25 de fevereiro, em São Paulo. A publicação traz um vídeo de 19 segundos em que o parlamentar diz no microfone, sobre um caminhão: "Morrer é lucro. Brasileiros, cristãos, parece que nós estamos encurralados de frente do mar". Na legenda, o autor afirma: "Que atire a primeira pedra quem nunca chegou muito louco a um compromisso".
Ao assistir ao vídeo e compará-lo com publicações do mesmo trecho publicadas pelo senador, é possível perceber que a imagem do post verificado pelo Comprova foi invertida e que ela e o áudio foram desacelerados. De qualquer forma, a reportagem consultou o perito forense Mário Gazziro, professor de engenharia da informação da UFABC (Universidade Federal do ABC). Ele afirmou que "está claro" que o áudio foi alterado. "Foi desacelerado em um fator de 10%."
Também contatado pela reportagem, Magno Malta disse que o conteúdo é inaceitável e desrespeitoso. "Sou um forte oposicionista da esquerda. É claro que vão atacar a minha reputação com mentiras. É evidente que houve edição no vídeo por haters", declarou, em nota. O senador informou ainda que entrará com medidas legais cabíveis contra o autor do conteúdo.
A comparação a seguir, produzida pelo Comprova, evidencia a manipulação do conteúdo:
Falso, para o Comprova, é todo conteúdo inventado ou que tenha sofrido edições para mudar o seu significado original.
À reportagem, a página que compartilhou o vídeo adulterado afirmou que irá excluir a postagem. "Assim que for publicada a perícia e a plataforma me notificar, eu excluo", disse.
Por que investigamos
O Comprova monitora conteúdos suspeitos publicados em redes sociais e aplicativos de mensagem sobre políticas públicas e eleições no âmbito federal e abre investigações para aquelas publicações que obtiveram maior alcance e engajamento. Você também pode sugerir verificações pelo WhatsApp +55 11 97045-4984. Sugestões e dúvidas relacionadas a conteúdos duvidosos também podem ser enviadas para a Folha pelo WhatsApp 11 99486-0293.
Leia a verificação completa no site do Comprova.
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