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Membro do MST que aparece em vídeo não é o homem que depredou relógio de dom João 6º em Brasília

Publicação mente ao afirmar que se trata da mesma pessoa

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São Paulo

O homem que quebrou o relógio de dom João 6º durante os atos antidemocráticos em Brasília, em 8 de janeiro do ano passado, não é militante do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra), ao contrário do que afirma post viral.

A publicação, verificada pelo Comprova, mescla o vídeo do homem jogando o relógio no chão, dentro do Palácio do Planalto, com uma gravação em que aparece um homem com uma camiseta do MST fazendo a letra L com a mão, em referência ao apoio a Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Na publicação, o autor do post diz ser a mesma pessoa, o que não é verdade.

O vândalo foi identificado como Antônio Cláudio Alves Ferreira e foi preso em 23 de janeiro de 2023. Contatado pela reportagem, o MST afirmou que o post é "uma montagem grosseira na tentativa de criminalizar o movimento" e que conteúdos de desinformação com o mesmo assunto circulam há um ano. Ainda de acordo com o grupo, o homem com a camiseta do MST se chama Danilo, é estudante e mora com a família em um acampamento no Paraná.

Terroristas que invadiram o Palácio do Planalto neste domingo destruíram um relógio do século XVIII que veio para o Brasil com a família real portuguesa. A peça ficava no terceiro andar, onde está localizado o gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
Relógio que foi destruído por golpistas durante invasão no Palácio do Planalto em 8 de janeiro de 2023 - Reprodução

Em análise feita a pedido do Estadão, o perito audiovisual Ricardo Caires dos Santos, presidente da Comissão Nacional de Perícia Audiovisual, da Academia Brasileira de Ciências Criminais, também concluiu não ser a mesma pessoa nos dois vídeos. Segundo a perícia, há diferenças nos olhos, sobrancelhas e bigode.

Falso, para o Comprova, é o conteúdo inventado ou que tenha sofrido edições para mudar o seu significado original e divulgado de modo deliberado para espalhar uma falsidade.

Por que investigamos

O Comprova monitora conteúdos suspeitos publicados em redes sociais e aplicativos de mensagem sobre políticas públicas e eleições no âmbito federal e abre investigações para aquelas publicações que obtiveram maior alcance e engajamento. Você também pode sugerir verificações pelo WhatsApp +55 11 97045-4984. Sugestões e dúvidas relacionadas a conteúdos duvidosos também podem ser enviadas para a Folha pelo WhatsApp 11 99486-0293.

Leia a verificação completa no site do Comprova.

A investigação desse conteúdo foi feita por Folha e Correio Braziliense e publicada em 5 de fevereiro pelo Comprova, coalizão que reúne 41 veículos na checagem de conteúdos virais. Foi verificada por BandNews, Estado de Minas, Imirante e Estadão.

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