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Datafolha: 69% em SP discordam de misturar política e religião, bandeira de Michelle Bolsonaro

Não há diferença significativa de concordância entre evangélicos e católicos

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São Paulo

A nova pesquisa Datafolha mostra que 69% dos moradores da cidade de São Paulo dizem discordar da afirmação de que política e religião devem estar juntas para a capital paulista melhorar.

Estão em desacordo total com a frase 55% dos entrevistados, enquanto 14% discordam em parte. Outros 20% manifestam concordância total com a afirmação, e 10%, parcial. Há ainda 1% que não concorda nem discorda, e 1% que não sabe.

A pesquisa foi realizada na cidade de São Paulo nos dias 7 e 8 de março, com 1.090 entrevistas de eleitores. A margem de erro é de três pontos para mais ou para menos. O levantamento também revelou a intenção de voto na corrida municipal de 2024 e a avaliação de atores políticos na cidade.

A Constituição brasileira prevê a laicidade do Estado, ou seja, a separação entre Estado e Igreja e a liberdade para todas as religiões. Ainda assim, especialistas alertaram durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre o fortalecimento do nacionalismo cristão –ideologia que conecta a identidade da nação à religião cristã.

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A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, um dos principais nomes da direita para conquistar o voto religioso - Gabriela Biló - 21.mar.23/Folhapress

A mistura de política com religião também foi defendida pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro em discurso durante ato a favor do ex-presidente na avenida Paulista, no último dia 25.

"Por um bom tempo fomos negligentes ao ponto de falarmos que não poderia misturar política com religião, e o mal ocupou o espaço", afirmou Michelle. "Chegou o momento da libertação. Eu creio em um Deus todo-poderoso capaz de restaurar e curar nossa nação."

Não à toa, a concordância com a afirmação de que política e religião devem andar juntas para São Paulo é maior entre bolsonaristas (40%) do que entre petistas (28%).

A adesão à tese também é maior entre os menos instruídos: 44% dos que têm ensino fundamental, ante 18% dos que têm o superior e também entre os de menor renda (37% dos que ganham até dois salários mínimos, contra 15% dos que recebem mais de dez salários).

Não foram encontradas pelo Datafolha diferenças significativas de concordância ou discordância em relação a essa afirmação entre católicos e evangélicos.

A maioria dos entrevistados (56%) também diz concordar com a frase de que a eleição para prefeito de São Paulo é uma continuação da eleição para presidente de 2022.

Concordam totalmente com a frase 26% dos entrevistados; enquanto 30% concordam em parte. Outros 23% discordam totalmente da afirmação, 16% discordam parcialmente e 2% não concordam nem discordam.

Analistas políticos e publicitários avaliam que a eleição municipal em São Paulo deve refletir a polarização da disputa entre Bolsonaro e o presidente Lula (PT) em 2022. Ambos têm se engajado no apoio a seus candidatos no pleito –o prefeito Ricardo Nunes (MDB) e o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), respectivamente.

Entre os entrevistados, 54% concordam totalmente e 27% parcialmente com a afirmação de que o prefeito de São Paulo precisa ter o apoio do governador do estado para ser bem-sucedido.

Outros 72% avaliam que o prefeito de São Paulo precisa ter o apoio do presidente da República para ser bem-sucedido –43% concordam totalmente com a afirmação, e 28% parcialmente.

O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) que apoia a reeleição de Nunes, e o presidente Lula, que endossa Boulos, até o momento têm mantido uma relação de parceria em políticas públicas.

O Datafolha também mensurou que, para 84% dos entrevistados, o voto para prefeito pode trazer melhorias para o bairro onde moram. Entre esse grupo, 60% concordam totalmente com essa afirmação, e 24% parcialmente. Outros 14% discordam.

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