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Datafolha: Polarização alta e inalterada tem mais petistas que bolsonaristas

Quadro de preferência e sobre certeza do voto está inalterado desde o fim de 2022

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São Paulo

Nos cinco tons de cinza do eleitorado brasileiro aferidos pelo Datafolha, os dois graus que definem petismo seguem algo mais prevalentes do que os dois que marcam o bolsonarismo. Se dizem petistas 41% dos ouvidos, ante 31% do grupo rival.

Espremido na polarização que se mantém inalterada nos levantamentos do Datafolha logo após a eleição de 2022, o dito centro se encontra com 21% de pessoas afirmando não serem nem partidários de Lula (PT) nem de Jair Bolsonaro (PL).

O presidente Lula (PT) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)
O presidente Lula (PT) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) - Marlene Bergamo/Folhapress e Gabriela Bilo/Folhapress

Também permanecem em 5%, ante a primeira e mais recente pesquisa sobre o tema antes da atual, de dezembro, aqueles que rejeitam quaisquer colorações partidárias.

Nas subdivisões propostas pelos entrevistadores a seus 2.002 ouvidos na terça (19) e quarta-feira (20), segue igual também a divisão dos extremos. São os mesmos 30% que se dizem muito alinhados ao petismo, enquanto oscilou de 25% para 24% o número daqueles que esposam o bolsonarismo raiz.

É um cenário que exaspera aqueles que já sonharam com tal terceira via no país e que resulta de um afunilamento da política a partir da reorganização causada pela tomada da centro-direita por Bolsonaro na eleição de 2018.

O bombardeio diário de ambos os líderes, Lula pela lida da governança e crises diversas, e Bolsonaro pela agudização de sua situação na investigação da trama golpista do fim de 2022, não mudam muito a cabeça do eleitor até aqui.

Mas o ex-presidente sentiu algo mais nesta aferição quando o entrevistado era questionado acerca de seu grau de certeza sobre o voto no segundo turno de 2022.

No geral, a satisfação com a escolha no geral seguiu a mesma: 90% disseram ter escolhido o melhor candidato e não se arrependiam do voto. Em setembro, eram 91% e, em dezembro, 90%.

Já Bolsonaro viu oscilar negativamente, dentro do limite da margem de erro, essa percepção. Em setembro, 93% se diziam certos de seu voto, ante 91% em dezembro e 88%, agora. É um declínio, mas em patamares ainda bastante elevados.

As divisões por estratificações socieconômica e regional do eleitorado permanecem inalteradas. Se identificam como mais bolsonaristas evangélicos, sulistas, moradores do Norte/Centro-Oeste, pessoas de 35 a 44 anos, brancos e integrantes da classe média (que ganham de 5 a 10 salários mínimos mensais).

Já os petistas são majoritariamente nordestinos, pessoas que ganham menos de 2 salários mínimos, menos instruídos, católicos, pretos e mais velhos (faixas de 45-59 anos e de 60 anos para cima).

A cristalização parece contrastar com um dos principais fatos políticos do período compreendido entre esta pesquisa e a anterior, a manifestação em favor de Bolsonaro na avenida Paulista, em 25 de fevereiro passado.

Mas o fato é que, após um ano na defensiva devido aos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, a perda da elegibilidade de Bolsonaro e as investigações subsequentes, aquele ato apenas reafirmou que há no relevante microcosmo de São Paulo uma fatia grande de bolsonaristas e/ou antipetistas dispostos a ir à rua.

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