Uma publicação do ex-candidato a deputado federal pelo PP-SP Diego Di engana ao dizer que "um homem foi preso por flagrante delito por tentativa de homicídio contra o ex-presidente Jair Bolsonaro" durante feira do agronegócio em Não-Me-Toque, no Rio Grande do Sul. O post fala ainda que o suspeito seria um esquerdista radical ligado ao MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra).
Em 5 de março, a Brigada Militar gaúcha deteve um homem, identificado como Wesley de Castro Ferreira, por porte de arma branca no mesmo local onde estava Bolsonaro (PL). Wesley foi denunciado por outros participantes do evento, que ficaram assustados ao ver o cabo da faca aparente. Ao contrário do que afirma o post verificado pelo Comprova, não há nenhuma menção a tentativa de homicídio no termo circunstancial de ocorrência —como é chamado o boletim de uma infração com menor potencial ofensivo.
De acordo com a ocorrência, o homem estava em meio à multidão que acompanhava a visita do ex-presidente nas dependências da feira Expodireto Cotrijal, em Não-Me-Toque. O homem de 32 anos, residente da região e sem antecedentes criminais, alegou que teria comprado a faca em uma loja dentro da própria feira momentos antes. Ele mostrou o comprovante da compra, o que foi confirmado pelo dono da loja.
A faca foi apreendida e o suspeito foi liberado após assinar o termo circunstanciado por violação do artigo 19 da Lei das Contravenções Penais, que prevê multa ou pena simples de até seis meses por "trazer consigo arma fora de casa ou de dependência desta, sem licença da autoridade". Segundo o delegado responsável pelo caso, a princípio, o detido não é investigado por tentativa de homicídio.
Consultado, o MST afirmou que o homem acusado nunca fez parte do movimento. O grupo também disse que não atua em nenhuma área na cidade do suspeito. Em entrevista ao Metrópoles, o irmão do acusado conta que Wesley é eleitor de Bolsonaro e que teria feito campanha para o então candidato em 2022.
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