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Cláudio Castro confirma ida a ato de Bolsonaro e ataca procuradora que pede sua cassação

Governador afirma que, no evento, 'vai defender que a democracia seja cumprida aqui no Rio de Janeiro'

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Rio de Janeiro

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), confirmou nesta sexta-feira (19) sua presença no ato marcado para este domingo (21) pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na praia de Copacabana. Ele indicou que usará o evento para criticar a ação da Procuradoria Regional Eleitoral que pede a cassação de seu mandato.

Os dois processos contra Castro e mais 12 aliados estão na fase final de tramitação no TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do Rio de Janeiro. A Procuradoria o acusa de abuso de poder político e econômico em sua campanha de reeleição ao governo do estado, em 2022.

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), durante ato em comemoração ao 7 de Setembro na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, durante as eleições de 2022 - Eduardo Anizelli - 7.set.22/Folhapress

"É importante estarmos defendendo a democracia em geral. Aqui no Rio de Janeiro tenho falado da questão da democracia, de se respeitar o resultado da urna daqui. As pessoas só falam de fora e esquecem de que um candidato que perdeu e uma procuradora totalmente tendenciosa estão tentando questionar os resultados das urnas. A gente vai defender que a democracia seja cumprida aqui no Rio de Janeiro, que a decisão de 4.930.288 pessoas seja mantida", disse Castro, após evento na FGV (Fundação Getúlio Vargas).

Castro e os aliados são acusados de usar a estrutura da Fundação Ceperj (Centro Estadual de Pesquisa e Estatística do Rio de Janeiro) em troca de votos. As investigações apontam que 27 mil cargos fantasmas foram criados para alocar apadrinhados de aliados de Castro, além de 18 mil nomes na Uerj (Universidade Estadual do Rio de Janeiro).

As chamadas "folhas de pagamento secretas" foram reveladas em reportagens do portal UOL. Segundo o Ministério Público estadual, funcionários sacaram mais de R$ 220 milhões em espécie na boca do caixa. Os desvios que afetaram, segundo a Procuradoria, a isonomia dos candidatos foram auditados pelo Tribunal de Contas do Estado.

Castro criticou o fato de a Procuradoria não ter incluído entre os réus na ação o ex-reitor da Uerj Ricardo Lodi, que foi candidato a deputado pelo PT. Ele afirmou que a procuradora regional eleitoral Neide Cardoso de Oliveira tem uma atuação "claramente tendenciosa".

"Os processos são sobre Uerj e Ceperj. Como ela põe o presidente do Ceperj e não põe o reitor da Uerj só porque ele foi candidato pelo PT? Não pode nenhum partido de esquerda? Só os partidos ligados à base [do governo] no processo? Ela tem que ser questionada, sim. Ela é obrigada tanto quanto eu como qualquer outro a respeitar a democracia. Não tem o direito a ser parcial", disse ele.

O ex-presidente da Ceperj, Gabriel Lopes, não foi alvo da ação movida pela Procuradoria Regional Eleitoral, mas da proposta pela coligação de Marcelo Freixo (PT), candidato derrotado na disputa, que trata do mesmo tema. Oliveira pediu a condenação do dirigente nas alegações finais da ação movida pelo adversário de Castro na eleição.

Procurada, Oliveira não comentou as declarações do governador.

A ação no TRE-RJ se tornou uma justificativa para Castro subir ao palanque ao lado de Bolsonaro. O governador do Rio de Janeiro não compareceu ao comício realizado na avenida Paulista, em fevereiro. O motivo oficial foi uma missão a Portugal, mas a intenção era evitar melindrar ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), onde ele busca a anulação de investigações contra si.

Castro afirmou não esperar ataques às instituições no comício em Copacabana. "Na outra não apareceu. Duvido que apareça nessa. Essa é uma questão que foge a nossa seara aqui."

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