Descrição de chapéu Congresso Nacional

Conselho de Ética da Câmara abre processo de cassação contra Chiquinho Brazão

Processo contra deputado suspeito de mandar matar Marielle foi aberto pelo presidente do colegiado

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Brasília

O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara instaurou nesta quarta-feira (10) o processo de cassação do deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ). O procedimento foi aberto por decisão do presidente do colegiado, deputado Leur Lomanto (União Brasil-BA).

O pedido foi apresentado pela bancada do PSOL no dia 27 de março após Brazão ser preso sob suspeita de ter mandado matar a vereadora Marielle Franco.

O deputado Chiquinho Brazão no plenário da Câmara - Zeca Ribeiro - 1.dez.21/Divulgação/Câmara dos Deputados

Lomanto afirmou que pediu ao ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes e foi autorizada a concessão de espaço para Brazão falar por vídeo sobre sua situação perante o conselho nesta quarta-feira (10).

No entanto, ele ainda não apareceu, porque, segundo o presidente do conselho, o deputado está conectado na sessão da CCJ que discute se mantém ou não a prisão ordenada por Moraes.

Os deputados Bruno Ganem (Podemos-SP), Ricardo Ayres (Republicanos-TO) e Gabriel Mota (Republicanos-RR) foram sorteados para relatar o procedimento. Na próxima semana, o presidente da comissão anunciará qual dos parlamentares escolheu para relatar o processo.

Brazão foi preso na manhã do dia 24 de março. Na mesma noite, a executiva nacional da União Brasil determinou a expulsão do parlamentar do partido com o cancelamento de filiação partidária, numa decisão unânime entre os presentes.

O deputado está detido em um presídio federal em Campo Grande desde o fim de março. Antes, ficou preso na Papuda, em Brasília.

Nesta quarta, a CCJ (Comissão de Constituição de Justiça) da Câmara analisa o pedido de prisão do parlamentar, após um pedido de vistas (mais tempo para análise) no âmbito do colegiado no fim de março. O tema também será discutido no plenário da Casa nesta quarta —toda prisão de parlamentares ocorrida no exercício do mandato precisa ser referendada pelo Congresso Nacional.

No dia seguinte à prisão do deputado, a bancada do PSOL na Câmara protocolou a representação por quebra de decoro parlamentar. "O autor intelectual da morte de Marielle Franco e Anderson Gomes não pode estar como representante da Câmara dos Deputados. Sua cassação é urgente e sua presença, uma vergonha para a Casa", dizia o documento.

No documento, os parlamentares afirmaram que Brazão "desonrou o cargo para o qual foi eleito, abusando das prerrogativas asseguradas para cometer as ilegalidades e irregularidades" expostas na representação.

No inquérito que investiga o assassinato da vereadora, a polícia destacou divergência entre Marielle e Chiquinho Brazão em uma discussão na Câmara carioca sobre projeto "idealizado para flexibilizar regras de regularização [de terras]".

"Aqui impende destacar que esse cenário recrudesceu justamente no segundo semestre de 2017, atribuído pelo colaborador como sendo a origem do planejamento da execução ora investigada, ocasião na qual ressaltamos a descontrolada reação de Chiquinho Brazão à atuação de Marielle na apertada votação do PLC n.º 174/2016", disse ainda a PF.

Durante sessão anterior na CCJ, no entanto, Chiquinho Brazão disse que isso é uma "coisa simples demais para tomar uma dimensão tão louca". Na defesa, ele afirmou que tinha uma "ótima relação" com a vereadora.

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