Rogério Correia (PT) defende unidade e diz que ultradireita é principal rival em BH

Petista, que é deputado e vice-líder do governo, defendeu em sabatina parcerias com Lula e criticou gestão do prefeito Fuad Noman

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Salvador

O deputado federal Rogério Correia (PT) defendeu a unidade dos partidos de esquerda para a disputa da pela Prefeitura de Belo Horizonte, fez críticas ao prefeito Fuad Noman (PSD) e afirmou que uma eventual gestão da direita bolsonarista liderada por Bruno Engler (PL) seria um desastre para a capital mineira.

"É evidente que o principal oponente, do ponto de vista de programa e de ideologia, é a ultradireita fascista. Contra essa, no segundo turno, teremos que estar unidos para derrotá-la", afirmou o pré-candidato nesta sexta-feira (14) em sabatina promovida pela Folha e UOL.

Reprodução
Rogério Correia (PT) participa de sabatina Folha/UOL com pré-candidatos de Belo Horizonte - Reprodução/Reprodução

Rogério Correia é pré-candidato à prefeitura com o apoio do presidente Lula. A capital mineira é uma das prioridades nesta eleição municipal do PT, que não terá candidatura própria em capitais como São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador.

O deputado defendeu uma unidade do campo da esquerda ainda no primeiro do turno das eleições. Faltando pouco menos de dois meses para o prazo final das convenções, o campo político possui outras três pré-candidaturas: Duda Salabert (PDT), Bella Gonçalves (PSOL) e Ana Paula Siqueira (Rede).

Ele afirmou que tem um acordo alinhado com o PSOL que está sendo discutidos pelas instâncias internas do partido. Respondeu ainda que tem conversas em andamento com Duda, que aparece bem posicionada em parte das pesquisas eleitorais.

Mesmo afirmando ter disposição para negociar, defendeu que ele seja escolhido para encabeçar a chapa. "Eu considero que a minha candidatura é capaz de ter uma unidade maior neste campo. [...] É certo que tenho o apoio e sou o candidato do presidente Lula. Isso importa."

Ele também descartou uma possível composição ainda no primeiro turno com Fuad Noman e fez críticas ao atual gestor da cidade. Afirmou que a gestão tem baixa participação popular e apontou diferenças de visões em temas como meio ambiente.

Correia também citou o cenário eleitoral para 2026 como entrave a uma possível parceria. Lembrou que o prefeito tem uma história política no PSDB e destacou as relações do PSD, partido de Noman, com o governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) em São Paulo.

"O PSD é o partido também do [secretário Gilberto] Kassab, que está no governo de São Paulo de um bolsonarista que é o governador e que pode vir a ser candidato à Presidência da República. Como o PSD vai ser posicionar para a frente?", questionou

Por outro lado, destacou que tem conversas em andamento com o ex-prefeito Alexandre Kalil (PSD), a quem fez elogios: "Kalil fez bom governo durante um período difícil da pandemia".

O deputado federal disse que quer ser eleito prefeito de Belo Horizonte para "governar a cidade do ponto de vista democrático", com participação popular. E fez críticas ao bolsonarista Engler, afirmando que o adversário apresenta uma candidatura "cheia de ódio, de preconceitos" e que serviria para dividir a cidade.

"Um candidato neofascista que fizesse apenas ataques ao presidente Lula, e tivesse isso como sua principal bandeira durante o governo, seria um desastre. Nós não teríamos, inclusive, recursos que são importantes do governo federal para cá. Eles são os nossos principais oponentes", disse.

Ao comentar seus projetos para Belo Horizonte, buscou se contrapor ao bolsonarismo. Disse que vai priorizar uma educação inclusiva em detrimento das escolas cívico-militares e prometeu fortalecer a saúde pública, intensificando campanhas de vacinação na cidade.

Sobre o sistema de transporte público, que tem sido alvo de críticas da população da capital mineira, Correia afirmou que vai renegociar os termos do contrato com as empresas, que se encerra em 2025.

"Vamos refazer o contrato. As empresas têm que saber que não vai ser essa mamata", disse o deputado, que não deu detalhes sobre quais serão as mudanças na gestão do sistema.

Ele adiantou que, caso permaneça o subsídio da prefeitura da ordem de R$ 500 milhões, será contrário ao aumento do preço das passagens. E ressaltou o apoio do governo federal, que repassou recursos para a prefeitura para a compra de cem novos ônibus elétricos.

SABATINAS

Correia participou nesta sexta-feira do ciclo de entrevistas promovido por Folha e UOL, que começou com a capital mineira e seguirá com outras 17 cidades.

As entrevistas foram conduzidas online por Fabíola Cidral, com participação dos repórteres Amanda Rossi, do UOL, e Artur Búrigo, correspondente da Folha em Belo Horizonte.

Rogério Correia é deputado federal em seu segundo mandato e é vice-líder do governo Lula na Câmara dos Deputados. Foi um dos autores, em 2023, de um projeto contrário às escolas cívico-militares. Antes, foi deputado estadual mineiro, também por dois períodos.

Na quinta-feira (13), o atual prefeito da capital mineira, Fuad Noman (PSD), foi sabatinado. O deputado estadual Bruno Engler (PL) também foi convidado, mas desistiu da participação.

Além disso, Folha e UOL promoverão debate com os principais candidatos à Prefeitura de São Paulo. O encontro no primeiro turno será em 30 de setembro, às 10h. Caso haja segundo turno, haverá outro em 21 de outubro, também às 10h.

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