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Vídeo enganoso, dizendo que Barroso é chantageado por Dirceu devido a orgia em Cuba, volta a circular

Declaração foi tirada de contexto; ministro falava sobre o perigo da desinformação quando citou exemplo envolvendo seu nome

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São Paulo

Voltou a circular nos aplicativos de mensagens um vídeo enganoso em que Luís Roberto Barroso, presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), supostamente teria dito ser chantageado pelo ex-ministro José Dirceu (PT) por ter participado de uma orgia em Cuba. A gravação é real, mas foi tirada de contexto para espalhar desinformação. Ela é trecho de uma conversa online promovida pelo site Jota em fevereiro de 2022. Na ocasião, o chefe do Judiciário alertava o público sobre o perigo das mentiras nas redes sociais e contava ser um dos alvos dos ataques.

"Para dar alguns exemplos meus, que circula (sic) muito pela internet, chega a ser divertido de tão bizarro, que eu sou chantageado pelo ex ministro José Dirceu por uma orgia que nós participamos em Cuba", afirmou Barroso. De forma bem-humorada, ele continua, dizendo: "Queria dizer que nunca fui a Cuba, não sou dado a orgias e não mantenho nenhum contato e nem mantenho nenhum tipo de relação com o ex-ministro José Dirceu".

Foto tirada por Pedro Ladeira mostra o presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso. O ministro é um homem branco com cabelos curtos e grisalhos. Ele veste uma capa preta e, de baixo dela, um terno preto, com camisa social branca e gravata vermelha. Barroso está sentado em uma cadeira bege e fala para dois microfones durante uma sessão plenária do STF.
O ministro Luís Roberto Barroso - Pedro Ladeira/Folhapress

No conteúdo enganoso, o vídeo de Barroso tirado de contexto é exibido após trecho de outra gravação em que aparece o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) falando sobre chantagens que o regime cubano fazia a partir de cenas filmadas secretamente em hotéis do país.

Como verificado, as afirmações foram dadas em entrevista à jornalista Zoe Martinez, também em 2022, quando Bolsonaro ainda era presidente. No trecho, Bolsonaro falava sobre o livro "A Vida Secreta de Fidel", lançado em 2014, e criticava a esquerda brasileira e pessoas "da elite".

No trecho da obra em que o autor Juan Reinaldo Sánchez escreve sobre quartos de hotéis que eram filmados pelo regime cubano, não há menção a Barroso, ao PT ou a autoridades brasileiras".

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É um projeto dedicado ao combate da desinformação nas redes sociais patrocinado pela Philip Morris Brasil.

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