Descrição de chapéu Eleições SP

Datafolha: Nunes vê conquista no bolsonarismo e Boulos, na periferia; Marçal desdenha

Prefeito afirma que vai manter diálogo; psolista diz enfrentar 'ratos'

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

Empatados tecnicamente na liderança da corrida pela Prefeitura de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL) comemoraram a pesquisa Datafolha em que aparecem com 27% e 25% das intenções de voto, respectivamente.

O prefeito afirmou estar se esforçando para dialogar com o público. Aliados dele viram avanço especialmente entre eleitores bolsonaristas e atribuíram os resultados a fatores diversos —como a participação mais intensa do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) na campanha e as críticas recentes de Jair Bolsonaro (PL) a Pablo Marçal (PRTB) por causa do 7 de Setembro.

Já Boulos disse ver indicação de que a campanha está "no caminho certo, dialogando olho no olho com as pessoas na periferia", mas se queixou de ataques de rivais.

Marçal, que perdeu espaço ao oscilar de 22% para 19% e se distanciar dos líderes, desdenhou do resultado. "Está errada [a pesquisa], está mesmo."

Na montagem, da esq. para a dir., os candidatos Ricardo Nunes, Guilherme Boulos e Pablo Marçal
Na montagem, da esq. para a dir., os candidatos Ricardo Nunes, Guilherme Boulos e Pablo Marçal

Em nota, a campanha de Marçal afirma que "mineração e eleição só se descobre na apuração". "A pesquisa mais importante de todas é a ‘DataPovo’."

Tarcísio disse ver Nunes "crescendo de forma consistente, assumindo a ponta e ganhando em todos os cenários de segundo turno". "É o único que derrota o Boulos com confortável vantagem no segundo turno."

Pessoas próximas a Bolsonaro dizem que a força eleitoral do ex-presidente beneficiou Nunes. Ainda que Bolsonaro não tenha marcado uma data para embarcar de vez na campanha, como mostrou a Folha, a leitura é a de que a animosidade em relação a Marçal foi percebida pelo seu público.

Boulos viu avanço entre o eleitorado de Lula e criticou ataques que sofreu de adversários. "Nossa campanha foi atacada de todas as formas, pela máquina do atual prefeito, usando a máquina pública de maneira despudorada. Foi atacada pela máquina da mentira do Marçal. Nós estamos enfrentando ratos nessa eleição. Isso é um problema", disse.

O deputado do PSOL ainda afirmou que na última campanha enfrentou Bruno Covas (PSDB), com quem teve um debate civilizado. "A diferença é que nessa eleição eu estou enfrentando ratos. E aí, o jogo sempre é mais duro. Mas estamos crescendo e vamos ganhar a eleição."

A campanha de Boulos ainda celebrou a oscilação positiva (de 19% para 21%) entre os eleitores que ganham até dois salários mínimos. "O que mostra que estamos conquistando a confiança das periferias com presença frequente nos bairros e diálogo com a população."

Tabata Amaral (PSB) oscilou um ponto para baixo e agora aparece com 8% das intenções de voto. Em nota, a campanha da deputada federal afirma que a pesquisa mostra que ainda há muitos eleitores indecisos (4%) e tem ainda cerca de um mês para o primeiro turno.

A campanha enfatiza que o nível de conhecimento da Tabata oscilou positivamente (passou de 67% para 70%), um dos principais desafios da candidata, e a rejeição oscilou para baixo (de 17% foi para 16%). "É perceptível que o trabalho de mostrar os problemas que envolvem o Pablo deu resultado e sua rejeição subiu [na última pesquisa, era de 38% e foi para 44%]."

Agora, a candidata vê nos próximos debates uma possibilidade de crescer nas pesquisas. "São novas oportunidades da candidata se apresentar e questionar os adversários. Ou seja, tudo ainda pode acontecer."

José Luiz Datena (PSDB), que oscilou um ponto para baixo e aparece com 6%, já deixou transparecer a sua falta de esperança ao dizer que "considera difícil pela posição nas pesquisas".

Na campanha, um dos pontos de preocupação é que não vingou a aposta de sua aparição com o horário eleitoral. Avesso a cumprir uma intensa agenda nas ruas, o comunicador ainda não é totalmente conhecido como candidato político.

Em nota, a campanha do tucano afirmou que "a pesquisa revela um cenário de polarização na cidade que entendemos muito perigoso por ir contra a independência política que a maioria da população deseja do próximo prefeito".

Os tucanos prometem continuar na corrida eleitoral "alertando para contaminação do poder público pelo crime organizado e pelo risco à democracia que a candidatura de Pablo Marçal significa".

A campanha também diz que "há enorme espaço para mudança" e, por isso, tem convicção de que Datena chegará ao segundo turno.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.