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Polícia Civil abre inquérito para investigar uso de linguagem neutra em comício de Boulos

Delegado diz que há indícios de contravenção penal; OUTRO LADO: campanha diz que caso já foi explicado

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São Paulo

A Polícia Civil de São Paulo abriu inquérito para investigar o uso de linguagem neutra na execução do Hino Nacional durante comício do candidato à Prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL) no mês passado.

A investigação foi aberta após representação do senador Cleitinho (Republicanos-MG) ao Ministério Público Federal. O MPF encaminhou a investigação para o Ministério Público do estado, que por sua vez pediu abertura do inquérito.

Em portaria, o delegado de polícia Tiago Fernando Correia elenca o Hino Nacional entre os símbolos nacionais e menciona a Lei 5.700/71, que exige sua execução integral. "Portanto, ao menos em tese, há elementos informativos que indicam a prática da contravenção penal", diz o documento.

Lula e Boulos durante evento em que o hino foi cantado com linguagem neutra - Reprodução

Ele pede que o coordenador de campanha de Boulos seja ouvido. Quem ocupa o posto é Antonio Donato, deputado estadual pelo PT.

Procurado, Guilherme Boulos, por meio da assessoria de imprensa da campanha, afirmou que o assunto já foi explicado na imprensa e que não comentaria a abertura da investigação. "Não houve pedido nem orientação da campanha e a campanha rompeu contrato com a produtora [responsável pela contratação da cantora que cantou trecho do hino em linguagem neutra]", acrescentou.

A cantora Yurungai interpretou parte do hino nacional em linguagem neutra durante um comício da campanha de Boulos no bairro do Campo Limpo, no último dia 24. Ela entoou "des filhes deste solo és mãe gentil, pátria amada, Brasil", em vez de "dos filhos deste solo", como diz a letra original. O presidente Lula, a ex-prefeita Marta Suplicy e ministros de governo estavam presentes.

O assunto repercutiu nas redes sociais, e o uso da linguagem neutra foi criticado por internautas. Adversários políticos de Boulos também aproveitaram o caso para criticá-lo.

O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) escreveu em suas redes sociais: "Hino Nacional Brasileiro desafinado e cantado em linguagem neutra em um comício com Boulos e Lula. A intenção era tirar sarro?".

Após repercussão negativa, a campanha de Boulos apagou vídeo do evento de suas redes sociais e rompeu contrato com a produtora responsável pela contratação da cantora.

"Não foi, logicamente, uma decisão da minha campanha, aquele absurdo que foi feito com o Hino Nacional", afirmou o candidato na saída de um evento na região central de São Paulo, na semana seguinte.

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